FLUMINENSE 4 x 1 BOTAFOGO: DECO FOI O MAESTRO DA ORQUESTRA TRICOLOR

08/05/2012 00:12

 

No post sobre o jogo contra o Internacional pela libertadores, critiquei bastante o jogo insosso do Fluminense, assim como as deficiências de seu 4-2-3-1, que se mostrava óbvio e com jogadores isolados em campo. Salientei em tal postagem que, um dos grandes problemas da esquemática tricolor, era a escalação de Deco como meia central do hodierno desenho tático, por tal posição não coadunar com suas características técnicas e táticas.

Na oportunidade, até comentei sobre a gênese do 4-2-3-1, mostrando o nascimento e o fundamento tático do referido esquema. E, de acordo com os dogmas de sua criação, aquele atleta que faz o meia central tem que ser incisivo, sendo uma espécie de meia atacante que coordena as ações de ataque da equipe. Isso significa encostar-se ao atacante, cair pelos lados, rodar a bola, cadenciar o jogo para que a equipe detenha as rédeas do duelo e jogar verticalmente e objetivamente quando necessário. No domingo, Deco foi esse jogador. No espaço encontrado no meio campo, deixado pela marcação do Botafogo, foi aquele meia de centro que todo 4-2-3-1 precisa: um maestro.

Aquele “tapa” dado na bola, para o primeiro gol de Sóbis, foi magistral, técnico, sutil, perfeito. Faltam adjetivos que descrevam a beleza e a profundidade técnica da jogada. Parece que os jogadores tricolores resolveram acordar novamente contra o Botafogo. Fred e Thiago Neves voltaram ao planeta Terra, Carlinhos resolveu partir para cima e Sóbis foi, como nos tempos de Inter, letal nas finalizações. Sobre Deco, acho que nem preciso comentar. Foi o maestro de uma orquestra de três cores, que venceu muito bem um adversário difícil e tradicional. Esse Deco da primeira partida final pode ser o meia central do 4-2-3-1 do Abelão, ainda mais com Fred e Neves ligados e inspirados, abrindo espaços com constante movimentação.

Em outro post, o último antes desse, escrevi sobre o 4-2-3-1 do Botafogo, até então invicto. Salientei seus pontos positivos, sendo o mais marcante a mobilidade tática que o time de Oswaldo de Oliveira dava ao supracitado esquema. Elogiei bastante o time alvinegro, acreditando que a equipe da estrela solitária era favorita no duelo pelo melhor momento dentro de campo. Acreditava que o Flu teria chance de sobressair-se no aspecto individual, mas jamais no tático. Acontece que o 4-2-3-1 do Fogão parece que fundiu. Tudo porque seu treinador escalou as peças erradas para a oportunidade.

Primeiro, acho que o Botafogo subestimou um pouco o time tricolor, afinal Renato jogou bem adiantado, quase que como um meia de criação. Tal fato ajudou a aumentar os espaços para Deco desfilar sua técnica em campo. Também acho que a equipe de General Severiano se empolgou com o chocolate aplicado no Vasco, jogando com uma autoconfiança perigosa, ainda mais em jogos decisivos. Eu teria tirado Elkeson e escalado outra equipe. Até sugiro que vocês comentem, dizendo como escalariam o Botafogo na partida em questão.

 Apesar da goleada, clássico é clássico e o Botafogo merece respeito. Não tem nada decidido! Peço desculpas por fazer o post somente agora, mas tive que viajar para fazer um concurso público, tendo que me ausentar quase uma semana do Painel Tático. Acabei de chegar do trabalho e assistir a reprise completa da partida, porque no domingo, na hora do jogo, estava na estrada. O detalhe é que amo o futebol tanto quanto amo minha profissão, o que me deixa triste quando tenho que me ausentar do Painel. Conto com a compreensão de vocês e aguardo os comentários para debatermos sobre a partida! Grande abraço e obrigado pela visita!

Ah, já ia me esquecendo: esse foi o desenho tático da partida (não tivemos nada de novo taticamente, somente na estratégia aplicada ao desenho tático):

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira