MANCHESTER UNITED 1 x 2 REAL MADRID: MOURINHO VENCE O DUELO CONTRA FERGUSON

05/03/2013 20:21

 

Após o empate de 1 x 1 em Madrid, Manchester e Real se enfrentaram novamente, agora em território inglês, para decidir quem avançaria para as quartas de final da Champions League. No plano tático, nenhuma novidade. O Manchester veio, como esperado, num 4-4-2 britânico que por vezes se desenhava como um 4-2-3-1. A maior surpresa foi Rooney, deixado no banco por Ferguson. Já o Real veio no habitual 4-2-3-1 mais agudo pela esquerda, como demonstra o painel tático abaixo:

 

Manchester no 4-4-2 britânico e marcando em linhas compactas. Na frente, Welbeck e Van Persie flutuavam com liberdade, com o holandês mais fixo e o inglês recuando um pouco para marcar na intermediária. O Real Madrid veio no seu 4-2-3-1 agudo pela esquerda, com Ronaldo mais atacante do que meia. Com Rafael preso na marcação de Ronaldo, Coentrão ganhou liberdade para avançar em cima de Giggs. E o Real também teve o lateral direito mais preso, com Arbeloa ajudando Di María na marcação de Nani e dando cobertura para as diagonais do argentino.

 

 

Na primeira etapa, ocorreu aquilo que era esperado: Real com a bola procurando espaço e o United fechado em duas linhas, arquitetando o contragolpe em velocidade. Sabendo da superioridade tática do adversário, a preocupação de Ferguson era não deixar o time espanhol conseguir jogar quando tivesse a bola. Perguntado sobre Rooney no banco, o treinador justificou dizendo que Welbeck se sairia melhor na marcação de Alonso. Após a dedicação tática de Rooney na primeira partida, e sua indiscutível qualidade técnica, achei vazia a justificativa de Ferguson, que resolveu inventar e se equivocou.

Apesar do erro crasso com o craque Wayne Rooney, uma coisa Ferguson conseguiu: compactou duas linhas ferrenhas de marcação e não deixou o Real Madrid se valer da habilidade de seus craques. A marcação começava com Welbeck “avançando” em cima dos volantes do Real, que não conseguiam articular o jogo. A duplicação pelos flancos foi realizada com êxito e o centro ficou congestionado. Mesmo com 65% da posse de bola, o time espanhol pouco perigo levou ao gol de De Gea.

Na etapa complementar, o jogo ficou mais veloz e emocionante. Aos 2 minutos, Sergio Ramos marcou gol contra após jogada de Nani pela esquerda e desvio de Welbeck. Com a dificuldade do Real em penetrar na defesa, e o gol logo início, o Manchester parecia iniciar a consolidação de sua classificação para as quartas. O que o time inglês não contava, era com a expulsão absurda de Nani aos 11’, o que mudou completamente a história do duelo.

Sem entrar no mérito da expulsão, que em minha opinião foi exagerada, após sua ocorrência a estrutura perfeita de Ferguson se desmontou e as linhas foram muito recuadas, o que proporcionou o avanço ofensivo do time de Mourinho. Welbeck foi fazer a função de Nani e o treinador português não perdeu tempo ao ver somente um atacante no rival. Aos 13’, apenas dois minutos após a expulsão, tirou Arbeloa e colocou Modric, partindo com tudo para cima do Manchester.

 

 

Kaká já tinha entrado no lugar de Di María aos 42 minutos do primeiro tempo, após contusão do argentino. Depois da expulsão de Nani, Mourinho tirou Arbeloa e colocou Modric, partindo com tudo para cima do rival. Em campo, um 4-1-2-3 que por vezes se desenhava como uma espécie de 3-4-3, com Coentrão mais preso pelo setor esquerdo e Khedira de ala direito. A intenção de Mourinho era forçar pelo flanco direito com Khedira, Özil e Higuaín, que começou a cair pelo setor. E foi por ali, em bela jogada de Özil e Higuaín, que foi trabalhado o gol da virada, marcado por Cristiano Ronaldo.

 

 

Pressionando muito, aos 21’ o Real conseguiu empatar: Modric marcou um golaço. Após tabelar com Sergio Ramos, ele driblou Carrick e soltou uma bomba de fora da área que atingiu 105 km/h. A bola ainda tocou na trave antes de balançar a rede do Manchester. E, apenas dois minutos depois, aos 23’, Ronaldo marcou após bela jogada de Özil pela direita, que de calcanhar tocou para Higuaín cruzar para o segundo poste, onde Ronaldo escorou para o fundo da rede. Mais uma vez o português marcou e não comemorou.

Mesmo com a influência da arbitragem, a classificação do Real tem seus méritos, até mesmo pelo contorno rápido que Mourinho deu na crise em que estava mergulhada a equipe. No final do jogo, o português declarou que o Manchester foi melhor e mereceu vencer. Acredito que Ferguson perdeu quando não ajeitou suas linhas após a expulsão de Nani. Ficou inerte com o recuo excessivo e, assim, deixou o Real mandar na partida. Eram os minutos que Mourinho precisava para conseguir a classificação. Abraço!

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

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