PAINEL TÁTICO ILUSTRA A NOTÍCIA: SCOLARI PRIVILEGIA A DEFESA NO TREINO TÁTICO DO BRASIL

19/03/2013 15:47

 

Como dito aqui no Painel Tático em texto anterior, o uso da base de Mano Menezes no jogo contra a Inglaterra não passou de uma atitude política e inicial. Todos aqueles que acompanham o futebol, e, sobretudo, a carreira de Felipão, esperavam a volta do primeiro volante, a ênfase no setor defensivo e, quem sabe, a volta dos três zagueiros de 2002. No mínimo, o treinador brasileiro iria manter o 4-2-3-1 com dinâmica de 4-3-1-2. Abaixo trecho de notícia publicada hoje no globoesporte.com:

 

- O técnico Luiz Felipe Scolari iniciou o primeiro treino na Suíça com a defesa protegida. Bem mais protegida. Nesta terça-feira, em centro de treinamento próximo à sede da Uefa, em Nyon, o comandante escalou a equipe com Fernando e Luiz Gustavo como volantes de proteção, e Kaká na reserva. Além disso, Hulk também começou a atividade na equipe principal. No fim do trabalho, Felipão ainda testou um esquema com três zagueiros.

No treino, que começou logo após um aquecimento de 30 minutos, a equipe entrou em campo com a seguinte formação: Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Filipe Luís; Fernando, Luiz Gustavo, Oscar e Hulk; Neymar e Fred. Outra surpresa foi a presença de Marcelo no banco de reservas. Com Mano Menezes, o lateral-esquerdo do Real Madrid vinha sendo titular.

Mas o lateral-esquerdo não foi pego de surpresa durante a distribuição dos coletes. Antes mesmo do aquecimento da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari conversou com o jogador por cerca de cinco minutos no círculo central do CT. Na atividade tática, que a todo o momento era parada por Felipão. Tudo para indicar o melhor posicionamento para os atletas.

Ainda na primeira parte do treino, Felipão fez duas alterações. O comandante sacou Luiz Gustavo e Hulk e colocou Hernanes e Diego Costa. O time seguiu tendo boa atuação e sendo superior à equipe reserva.

Na segunda parte, o treinador fez mais alterações e a equipe ficou com três zagueiros: David Luiz, Thiago Silva e Dante. Com isso, o time entrou em campo com a seguinte formação: Julio César, David Luiz, Thiago Silva e Dante; Daniel Alves, Fernando, Hernanes, Kaká e Marcelo; Diego Costa e Neymar.

 

Na entrevista coletiva, no dia da convocação para os amistosos contra Itália e Rússia, Felipão disse com todas as letras que seu primeiro objetivo é defender bem, porque com os jogadores que possuí na frente a Seleção Brasileira vai acabar fazendo gols e decidindo as partidas. Entretanto, acho que ninguém esperava um Brasil tão fechado atrás, com dois volantes de contensão e até mesmo a volta dos três zagueiros de forma explícita, que foi testado como esquema base e não como uma variável tática.

 

Primeira parte do treino: com os cortes de Paulinho, Ramires e Lucas, foi essa a equipe montada por Felipão no início do treinamento tático. O técnico do Brasil mostra com essa escalação que pretende ser competitivo e evitar o gol, para, depois, tentar fazê-lo. Taticamente, um 4-2-3-1 agudo pela esquerda, como mostra a diagonal na ilustração acima. Hulk vem pela direita por recompor melhor e para abrir o corredor para Daniel Alves, que deve ser o responsável pela profundidade no setor. Para Neymar jogar mais solto, Felipão deixou Marcelo no banco e colocou Felipe Luís, o que já era esperado e anunciado aqui no Painel Tático. Depois o treinador do Brasil sacou Luiz Gustavo e Hulk, colocando Hernanes e Diego Costa em campo. Talvez, tenha sentido necessidade de qualificar mais a saída de bola. Como também anunciado, taticamente, um 4-2-3-1 com dinâmica mais próxima de um 4-3-1-2.

 

 

Segunda parte do treino: Felipão se rende ao 3-5-2 de 2002, montando uma estrutura bem semelhante. Com três zagueiros e Thiago Silva fazendo o líbero, assim como Edmilson na Copa asiática, Hernanes foi escalado ao lado de Fernando para qualificar a saída de bola (como Kleberson no penta) e Marcelo e Daniel Alves foram liberados como alas. Na frente, novamente um trio técnico e veloz com mais liberdade, sem um centroavante genuíno. Felipão deixou claro que dois laterais ofensivos só mesmo na concepção tática do 3-5-2.

 

 

Esse primeiro treinamento indica aquilo que todos já sabiam: no dicionário futebolístico de Felipão e Parreira não existe a expressão “jogar bonito”, mas sim o que enxergamos nos títulos de 1994 e 2002: muito apego defensivo para depois partir para o ataque, pautando a competitividade na segurança dos setores de marcação. Confesso que esperava pelo camisa 5, mas não por dois volantes de marcação e pela volta explícita dos 3 zagueiros. Agora é aguardar o resultado da retranca contra Itália e Rússia.

Logicamente, temos que levar em conta que tanto os italianos, quanto os russos, possuem seleções que já gozam de um determinado padrão tático, não podendo o Brasil jogar pautado na habilidade de seus atletas. Duas derrotas nesse momento da preparação seriam desastrosas para um trabalho que se inicia. Cabe ao torcedor confiar nas convicções táticas de Felipão e torcer para, pelo menos, o Brasil entrar mais aguerrido e bem posicionado em campo. Abraço!

 

 

https://globoesporte.globo.com/futebol/selecao-brasileira/noticia/2013/03/felipao-escala-dois-volantes-de-marcacao-e-deixa-kaka-na-reserva.html

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira