PSG 1 X 0 LILLE: JOGO FRACO E RESULTADO INJUSTO

27/01/2013 21:38

 

Paris Saint Germain e Lille se enfrentaram nesse domingo, em Paris, pelo Campeonato Francês. No plano tático, Ancelotti retrocedeu e voltou a plantar Lucas de winger pela direita, postando novamente o PSG num típico 4-4-2 britânico. Já o Lille veio montado num inteligente 4-1-4-1 que dobrava a marcação em Ibra e liberava Payet para jogar às costas de Lucas. Esse foi o Painel Tático do duelo:

 

PSG no 4-4-2 em linhas e Lille no 4-1-4-1: Lucas pela direita mostrou que sua escalação pelo centro contra o Bordeaux foi muito mais para reforçar a marcação no setor direito do que uma preocupação com o aumento de seu rendimento. A ocupação da intermediária era obrigação de Lucas, Thiago Motta e Ibrahimovic. Entretanto, nenhum dos três conseguiu cumprir a missão. O brasileiro, muito aberto pela ponta e preso na recomposição defensiva da linha, pouco conseguia centralizar. Ibra não tem cacoete de meia, procurando sempre jogar entre os zagueiros. Já Thiago Motta errava muitos passes e não subia com freqüência para ocupar o espaço central. Mais uma vez o time de Ancelotti sofreu com a intermediária desabitada. Já o 4-1-4-1 montado por Garcia, surpreendeu pela sua eficácia tática. Gueye ficou mais preso para dobrar a marcação em Ibrahimovic, com Martin marcando Lucas juntamente com Digne. Isso liberava um corredor para Payet jogar, sobretudo quando o brasileiro avançava para o ataque.

 

 

Além de ser uma partida recheada de cartões amarelos e passes errados, podemos afirmar que o resultado foi injusto e teve grande influência da arbitragem. Aos 33 minutos da primeira etapa, foi anulado gol legítimo do Lille, o que mudaria por completo a história da partida. Até os 25 minutos o PSG dominou o jogo e teve a posse de bola, mas, após o Lille adiantar um pouco a linha de meio, o duelo equilibrou e o Paris Saint Germain pouco produziu. Posse de bola ao final da primeira etapa: PSG 58% x 42% Lille. Nas finalizações houve empate: 4 x 4.

Sobre Lucas, mais uma vez uma atuação pouco incisiva e alguns lances geniais. Centralizando, conseguiu fazer algumas jogadas e quase marcou um golaço de fora da área. Fora isso, alguns lances de habilidade e um baixo rendimento devido ao esforço em recompor a linha de quatro. Como já dito aqui no Painel no estudo tático sobre o posicionamento de Lucas, o jogador, mais atacante do que meia, jamais vai render o que se espera isolado pelo flanco e tendo que dobrar a marcação pelo setor.

Ancelotti deu sorte. O PSG “achou” um gol após falha bisonha do goleiro e do zagueiro do Lille, que acabou fazendo contra. Depois disso a equipe visitante foi para cima, chutou bola na trave, abafou e, por pouco não empatou a partida. O que seria merecido visto o gol mal anulado e a péssima atuação do time da casa no aspecto técnico e tático. Aliás, taticamente, sinceramente não consigo entender essa aversão que Ancelotti parece ter do 4-2-3-1, esquema mais adequado para sua equipe. Ou então que voltasse com o 4-3-2-1.

O treinador italiano até tentou melhorar a qualidade do passe e fomentar a criação de jogadas colocando Verratti no lugar de Motta e Pastore na vaga de Ménez. O problema é que o desenho tático se manteve o mesmo. O certo era o argentino ter entrado para ocupar o centro da meiuca, e não ficar aberto como winger pelo flanco esquerdo. Mesmo assim, no lance do gol, foi de Pastore a bela inversão de bola que resultou no tento decisivo da partida.

Bem marcado pelos flancos, o Paris Saint Germain tentou centralizar e bateu, quase que sempre, na parede formada pelos jogadores de meio do Lille. Com a intermediária desabitada e Lucas mal escalado, novamente o time de Ancelotti teve dificuldades em agredir e possuir volume de jogo ofensivo. Como também já dito, a escalação de Lucas liberado pelo centro ajuda em dois aspectos: na otimização do desempenho técnico do atleta e na ocupação necessária da intermediária do adversário. Parece que o treinador italiano insiste em não entende o óbvio. Abraço!

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira