RIVER PLATE 2 x 2 BOCA JUNIORS: CLÁSSICO EMOCIONANTE E RESULTADO INJUSTO

28/10/2012 19:43

 

O clássico argentino, disputado no Estádio Monumental de Nuñez, foi emocionante e o resultado final não traduziu com fidelidade o que foi a disputa em campo. No aspecto tático, o River veio como se esperava, sendo postado por Matias Almeyda no costumeiro 4-4-2 em linhas. Já Falcioni, que ensaiou escalar a equipe também em linhas, acabou resolvendo postar o time xeneize no histórico 4-3-1-2, tão importante na história do clube. Além dos desenhos táticos, podemos dizer que as estratégias também foram fundamentais na dinâmica emocionante da partida. Abaixo o painel tático do duelo:

 

River Plate em linhas e Boca no 4-3-1-2: Na primeira etapa a equipe xeneize encontrou dificuldade para atacar entre as linhas de marcação dos milionários, principalmente pelos flancos, já que insistia em avançar pelo centro. Time de Almeyda fazia uma transição rápida da bola ao recuperá-la, com a chegada dos volantes e a centralização dos extremos, sem contar a movimentação incansável do surpreendente Mora.

 

 

O River Plate encaixou a marcação na primeira etapa, afinal os meias extremos marcavam muito bem os volantes laterais do Boca, sua principal arma ofensiva. Chávez, que entrou para ser o enganche e encostar-se ao ataque, ficou encaixotado entre os volantes do River. Com dois atacantes centralizadores e com os volantes laterais marcados, o Boca quase não finalizou na primeira etapa, sendo esta dominada pelos donos da casa. Com o gol de Ponzio em cobrança de falta, aos 2 minutos de jogo, os milionários foram para o intervalo com vantagem, além de uma visível tranqüilidade em decorrência do predomínio tático apresentado no primeiro tempo.

Outra coisa que chamou a atenção nesse time do River, além da tentativa insistente de compactação das linhas na defesa, foi a movimentação veloz na transição ofensiva. Os meias extremos não ficam presos aos flancos, centralizando e vindo trabalhar na intermediária adversária em cima do espaço aberto pela movimentação de Mora, que tem a incumbência de retirar um dos zagueiros de dentro da área, como cansou de fazer com Schiavi. Também me chamou atenção a atuação dos volantes do River, sempre participativos nas transições ofensivas.

Para a segunda etapa, era visível que o Boca tinha que mudar, tanto na tática quanto na estratégia. E Falcioni preparou uma armadilha interessante para o time de Almeyda, sacando o lateral Rodriguéz e colocando Acosta, meia ofensivo que foi ocupar o flanco direito. Com isso, Sánchez Miño foi fazer uma espécie de falso lateral, indo o Boca jogar num híbrido 4-3-2-1/3-5-2, como demonstra o painel abaixo:

 

3-5-2 xeneize: Albín preso como zagueiro e Miño fazendo um falso lateral. Quando o Boca tinha a bola, o “lateral” se transformava em ala, tentando Falcioni a jogada pelos flancos que tanto faltou na primeira etapa. Sem a bola, Miño voltava para compor o espaço defensivo de um verdadeiro lateral.

 

 

Falcioni buscava maior volume de jogo ofensivo, visto que o Boca quase não finalizou na primeira etapa. Também buscava alargar as linhas do River para obter espaços, abrindo dois alas pelos flancos. A intenção foi boa e o Boca saiu adiantando a marcação e assustando o River. Porém, não parecia ser o dia do treinador xeneize. Aos 23 minutos, Sánchez Miño, peça fundamental na hibridação do esquema do time, se machucou e teve que ser substituído por Colazo. Aos 25, apenas dois minutos depois, o River fez o segundo em bela jogada coletiva: Trezeguet lançou Sánchez na entrada da área e o meia esperou a passagem de Mora nas costas da zaga para dar o passe. O atacante tirou Orión da jogada e chutou forte, estufando as redes: 2 a 0. Outra bela centralização do winger do River Plate, vindo armar o jogo na intermediária do Boca.

Mas, futebol nem sempre significa justiça. Nas únicas duas falhas da defesa do River, aos 30 cometendo pênalti (convertido por Silva) e aos 46, em falha coletiva, que originou o gol de Erviti, o Boca conseguiu empatar e calar um estádio que já dava como certa a vitória de seu anfitrião. O jogo foi emocionante, mas o resultado não foi justo, afinal o River merecia a vitória pelo domínio no primeiro tempo, pela movimentação e pela adoção da estratégia certa também na segunda etapa. Contudo, bastaram duas falhas para o Boca colocar em campo um dos pilares de sua história: o poder de decisão! Abraço!

 

 

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

 

Tópico: RIVER PLATE 2 x 2 BOCA JUNIORS: CLÁSSICO EMOCIONANTE E RESULTADO INJUSTO

bocaaaaaaaaa

silas | 30/10/2012

sou boca na argentina. odeio o river, galinhas derrotadas. vc viu mto bem os tres zagueiros no segundo tempo, so nao achei o resultado injusto. continuo passando sempre aqui.vlws

Re:bocaaaaaaaaa

Victor Lamha de Oliveira | 01/11/2012

Olá Silas! Seja bem vindo ao Painel Tático! É um prazer recebê-lo! Olha amigo, como disse, o Boca foi letal e empatou na raça habitual, sendo ajudado pelos erros infantis da defesa do River. Quanto ao resultado, de uma forma geral, o River foi superior em grande parte do jogo, levando um gol inesperado aos 47 minutos. Entendo seu lado torcedor...rs...admito que simpatizo mais com o Boca também! Porém, nessa partida o River Plate merecia vencer! Abraço!

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