TUPI 0 x 2 CRUZEIRO: GALO CARIJÓ SE DESPEDE DO CAMPEONATO MINEIRO

22/04/2013 13:54

 

Na sexta feira, Marcelo Oliveira confirmou que iria poupar nomes e mudar o esquema. O comandante cruzeirense disse em entrevista que, além dos dois titulares suspensos, iria poupar quatro jogadores: o goleiro Fábio, o lateral-direito Ceará, o volante Leandro Guerreiro e o meia Ricardo Goulart. Com isso, anunciou também uma mudança de esquema. A característica linha de três meias, tão utilizada por Marcelo no 4-2-3-1, daria lugar ao 4-4-2 com três volantes, com dois deles possuindo mais liberdade para subir ao ataque. Sobre o citado, declarou o técnico da Raposa:

 

- O Fábio vai ficar fora para descansar e por uma preocupação que tenho, que é o goleiro suplente ficar muito tempo sem jogar. Numa situação emergencial, ele poderia estar sem ritmo. O Ceará vai ficar no banco. Vem numa sequência grande e é um jogador que se dedica muito. O Guerreiro, também pelo desgaste físico grande. O Goulart está fora também por cansaço muscular. Parece que não existe lesão, mas por prevenção vamos deixá-lo fora. Vamos testar uma nova formação, que é um losango com um volante mais fixo, o Lucas e o Tinga saindo mais. E é uma oportunidade para o Lucas participar. Ele vem treinando bem e esperamos que ele possa ir bem, como todo o time.

 

No Tupi existia a dúvida: 4-2-3-1 ou 4-3-1-2? Desde o segundo tempo contra o Villa Nova na estreia, até a partida contra o Araxá, Felipe Surian adotou o 4-2-3-1 e nele padronizou sua equipe. Após a virada traumática contra o Ganso em Juiz de fora, alterou o esquema e postou o Tupi com um losango no meio. Com o 4-3-1-2 o Tupi venceu o Luverdense por 1 x 0 no Mário Helênio, ganhou do Tombense pelo mesmo placar em Tombos e perdeu para o time do Mato Grosso por 3 x 0 na partida de volta da Copa do Brasil.

No último treino antes da partida, realizado no sábado de manhã, como bem noticiado por Bruno Ribeiro, existiam mais dúvidas que certezas quanto à escalação do Tupi. Pelo time desenhado no último treino tático, tudo indicava a volta do 4-2-3-1 com dinâmica de 4-2-2-2, como noticiou Bruno no Globo Esportivo de sábado (citação abaixo). Cabe lembrar que o Cruzeiro treinou com: Rafael; Mayke, Bruno Rodrigo, Léo e Egídio; Nilton, Lucas Silva, Tinga e Diego Souza; Borges e Dagoberto (4-3-1-2).

 

- Galo deve ter dois meias para pegar a Raposa. Na manhã de hoje, o Tupi realizou o último treinamento antes do jogo contra o Cruzeiro. A imprensa não teve acesso à primeira parte da atividade, mas o técnico Felipe Surian deve voltar a escalar dois volantes e dois meias no meio campo. Maguinho e Maicon Douglas devem ser titulares, embora Felipe Lima, único primeiro volante de ofício, corra por fora. No setor de criação, Paulinho, recuperado de lesão, treinou ao lado de Vinicius e pode recuperar a vaga. Dieguinho, que deve atuar na lateral esquerda, também pode ser movido para o setor, abrindo uma vaga para Alonso na lateral esquerda. Ygor corre por fora. Na zaga, Adriano Lobinho está de volta ao lado de Fabrício Soares. Com Lobinho em campo, o Tupi não perdeu na temporada e tomou apenas cinco gols dos 17 sofridos em 2013. O Galo treinou com: Jordan; Ryan, Adriano Lobinho, Fabrício Soares e Dieguinho (Alonso); Maguinho, Maicon Douglas, Paulinho (Dieguinho) e Vinicius; Rafael Assis e Wesley.

 

Chegou o duelo e algumas informações se confirmaram. O Galo Carijó veio postado no prometido 4-2-3-1, porém com estratégia peculiar e improdutiva, como será demonstrado abaixo. Já o Cruzeiro veio desenhado no 4-3-1-2, como anunciado por Marcelo Oliveira desde a sexta feira, porém com uma variação interessante para o 4-3-3. O único resultado que interessava ao time juiz-forano era a vitória, pois somente com os três pontos e um tropeço do Tombense (empate ou derrota) diante do América seria possível conquistar a tão sonhada vaga no G4 do Mineiro. Abaixo o painel tático da partida:

 

Tupi no “4-2-3-1” e o Cruzeiro no 4-4-2 diamante: o esquema do Tupi, diferente de tudo que já foi testado na temporada, se mostrou confuso. Apesar das constantes trocas de posição entre o quarteto ofensivo, faltou definição no que concerne à marcação. Tinga e Nilton ficaram livres para armar o jogo cruzeirense, distribuindo a bola pelos flancos, onde os laterais do Tupi estavam solitários na marcação. Paulinho não tinha função definida, circulando de forma lenta e infrutífera à frente dos dois volantes. Esse posicionamento matou a qualidade de Vinícius que, como uma espécie de terceiro volante, não sabia se centraliza para armar ou se habitava o flanco para compor o espaço do “4-2-3-1”. Com Wesley fora da área, o Galo ficou sem presença no setor. Na Raposa, um 4-3-1-2 que variava para o 4-3-3 com Diego Souza buscando o flanco direito, o que foi ajudado pela péssima marcação de meio do Tupi, que propiciou aos volantes do Cruzeiro o avanço para o campo ofensivo. Dagoberto circulava como um segundo atacante e Borges ficava enfiado entre os zagueiros.

 

 

Diagonal ofensiva de Surian: Wesley e Rafael Assis abertos pelos flancos, Paulinho circulando e Vinícius mais atrás pela esquerda. Algo nunca testado e sem uma explicação tática plausível. O melhor meia foi alocado quase como um terceiro volante e pouco produziu. Deveria ter jogado onde o sonolento Paulinho, sem ritmo, atuou. O centroavante foi retirado da área, ficando Rafael Assis isolado entre três marcadores.

 

 

Variação do Cruzeiro para o 4-3-3: Diego Souza avançava na transição ofensiva e por vezes também marcava o lateral do Tupi.

 

 

Cruzeiro com três volantes na marcação, Diego Souza habitando o centro e Dagoberto pronto para puxar o contragolpe em velocidade.

 

 

Logo aos 5’, Mayke fez bela jogada pela direita e cruzou para a área do Tupi. Após Ryan passar pela bola, Dagoberto matou na caixa, colocou no chão e bateu com firmeza: 1 x 0 para o time da capital. Aos 9’, quase que Tinga ampliou cabeceando livre dentro da área Carijó. O time de Juiz de Fora não jogava pela esquerda com Dieguinho isolado, não jogava pela direita com Ryan muito mal e pelo centro Paulinho tinha dificuldade de trabalhar contra a forte marcação do Cruzeiro. A falta de uma presença de área dificultou ainda mais as ações ofensivas do Tupi, que nada criou na etapa inicial. O time parecia um bando no aspecto tático. Irreconhecível.

Com o domínio total do Cruzeiro, era esperada uma modificação tática no Carijó. O torcedor queria um desenho mais bem definido e objetivo. Só que Surian optou somente por uma substituição técnica, tirando Ryan e colocando Ygor para fazer a lateral direita. Aos 5’, o Galo finalizou pela primeira vez com certo perigo. Dieguinho fez bom cruzamento e Vinícius cabeceou com firmeza, mas Rafael defendeu de forma segura. O esquema indefinido e a falta de compactação permaneciam, continuando o meio de campo nulo. A meiuca alvinegra marcava mal e não tinha capacidade de criação.

Aos 10’ da etapa complementar, o Cruzeiro praticamente fechou o caixão do Tupi. Em contragolpe letal puxado por Tinga, após cobrança de escanteio, a bola foi tocada para Egídio. Completamente livre, o lateral deitou Jordan no chão e rolou para Borges fazer seu sétimo gol na competição: 2 x 0. Em nenhum momento o time de Surian marcou a saída de bola do adversário. Com o meio abatido, o Tupi proporcionou ao Cruzeiro bater uma pelada de final de ano e controlar a partida, o que foi feito com tranqüilidade pelo time de Marcelo Oliveira.

Taticamente, foi a pior partida do Tupi na temporada. Não tivemos o 4-2-3-1 padronizado com os ponteiros marcando os laterais e uma presença de área e muito menos o 4-3-1-2 que conseguiu em alguns momentos marcar bem e atacar com eficácia. A indefinição tática e o posicionamento incorreto mataram as poucas chances do Galo, que enfrentava uma equipe bem superior tecnicamente. Aos 19’, os dois treinadores fizeram alterações técnicas e táticas. No Tupi entrou Cassiano e saiu Paulinho. No Cruzeiro saiu Lucas e entrou o veloz Welber.

Com isso, o time da casa passou a jogar num 4-3-3 com Vinícius centralizado e o Cruzeiro no habitual 4-2-3-1 da temporada 2013. O Galo melhorou e teve duas boas chances. Aos 24’, boa jogada de Rafael Assis pela esquerda. Vinícius recebeu e bateu colocado de direita, fazendo Rafael outra defesa segura. Aos 26’, Cassiano deu uma caneta em Nilton e partiu para finalizar, sendo derrubado pelo volante. Mas, para variar, a arbitragem preferiu ignorar e mandou o jogo seguir.

 

Aos 28’, as alterações finais: no Tupi saiu Felipe Lima e entrou Ademilson. No Cruzeiro entraram Anselmo Ramon e Ananias nas vagas de Borges e do apagado Diego Souza. Assim, o Galo ficou desenhado num ofensivo 4-1-2-3 e o Cruzeiro renovou o fôlego do seu 4-2-3-1.

 

 

4-1-2-3 de Surian montado para os 15 minutos finais da partida.

 

 

O Campeonato Mineiro chegou ao fim para o Tupi. Agora é tentar manter uma espinha dorsal para que o time se destaque na Série D. Apesar de errar ontem, tanto na escalação quanto na indefinição tática, o trabalho de Surian foi bom, sendo a quinta colocação uma grata surpresa para o torcedor Carijó, que tinha medo de sofrer um rebaixamento consecutivo. Se não fossem as oscilações, provenientes da juventude do elenco, o Tupi tinha beliscado uma vaga nas semifinais do campeonato regional. Lembrando que a quinta colocação propicia ao time juiz-forano jogar mais partidas em casa no Campeonato Mineiro do ano que vem. Abraço!

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

Tópico: TUPI 0 x 2 CRUZEIRO: GALO CARIJÓ SE DESPEDE DO CAMPEONATO MINEIRO

Esquema de jogo

Renato Berg | 23/04/2013

Parabéns Vitor pelos seus comentários, agora jogar contra times chamados grandes, não podemos errar principalmente como nos 2 dois gols q/ levamos, pois o 1º gol a furada do Ryan,deixando o Dagalberto fazer o gol , no 2º gol o chute do Ygor q/ bateu na mão do jogador do cruzeiro,onde ele ficou reclamando a não marcação e o jogo seguiu, foi um vacilo de não ter ninguém na cobertura p/ matar a jogada do contra ataque rápido do cruzeiro,onde vimos a falta muito importante do Genalvo no jogo., o time q/ começou não deu a liga necessária, pareceu amarrado mal definido em campo, e sem uma pegada p/ matar as jogas do cruzeiro. ao meu ver o Ade entrou muito tarde já estava 2x0 para quem precisava vencer ,pois no final o time no ataque ficou mais produtivo, onde o Cassiano sofreu o pênalti não marcado do Nilton q/ levou uma caneta e depois empurrou e derrubou o Cassiano dentro da área ( Juizes da FMF não marcam já sabemos) e uma defesa do Rafael duvidosa que muitos pediram até gol dizendo bola passou da linha, mas o juiz auxiliar não correu p/ o centro e o Juiz não marcou., mas de um modo geral nesse CM acho até que o Tupi, fêz milagres , com os recursos que teve.

Novo comentário