TUPI X UBERABA

04/03/2012 21:10

 

Carijó venceu, mas não convenceu!

 

Com o sol forte e muito calor, o Tupi enfim “estreou”, fez seu primeiro gol no campeonato, conquistou sua primeira vitória no ano do centenário e os primeiros três pontos na tabela de classificação. No aspecto tático, o técnico Moacir Júnior manteve praticamente a mesma equipe que enfrentou o Cruzeiro, escalando a equipe num 4-2-2-2 ortodoxo:

 

 

 

 

O que mudou foi a estratégia aplicada sobre o planejamento tático, com mais movimentação dos meias de criação, que alternavam de lado constantemente, e dos atacantes, com Alan ajudando ligar o meio ao ataque e Ademílson brigando na frente. Mais uma vez o treinador optou por improvisar Henrique na lateral esquerda, entretanto, nessa partida, preocupou-se também com a direita, inoperante contra o Cruzeiro e muito participativa contra o Uberaba, sendo tal flanco uma avenida aonde o Tupi deitou e rolou.

Logo aos nove minutos o zagueiro Wesley Ladeira, em cobrança de falta, desviou de cabeça e trouxe alívio para o torcedor Carijó: 1 a 0 para o Tupi, no estádio que carrega o nome do inesquecível Mário Helênio. A equipe se movimentava, buscando agredir ofensivamente a equipe do Uberaba, com Henrique subindo bem ao ataque, alternando, algumas vezes, seu posicionamento até mesmo com Michel Cury. Como este é um jogador mais cerebral e de menor movimentação, Salino tentava equilibrar caindo pelos dois lados e também chegando pelo meio. Mas foi pela direita, junto com Alan e Flávio, que o jogador contribuiu mais para o time, auxiliando na criação e conclusão de algumas chances de gol.

E, falando de Salino, esse tem sido muito contestado pela torcida do Tupi. Durante a partida a maioria dos torcedores criticava sua atuação, assim como requisitavam a sua saída do time. Mas tal comportamento, de certa forma, foi injusto, afinal, no primeiro tempo, o atleta se movimentou bastante pelo meio e ataque, aparecendo sempre como opção e ajudando abrir espaço na frágil defesa adversária. Pela direita, invertendo posição com Salino, Michel Cury recebeu livre em contragolpe Carijó, cruzando bem para o citado meia direita, que tentou de letra dentro da área vermelha e branca, perdendo assim o segundo gol do time de Juiz de Fora.

Logo depois o Tupi rodou a bola, chegando até Jaílton pela direita, na entrada da área, tendo o volante a opção de rolar para Salino, completamente livre. Entretanto preferiu isolar a pelota pela linha de fundo. Mas, para a alegria da torcida, aos 31 minutos, Henrique cobrou falta direto, de muito longe, anotando o segundo gol e aliviando o coração Carijó. O chute venenoso do lateral improvisado fez com que a bola quicasse na frente do goleiro Fernando, impossibilitando-o de fazer a defesa.

E o Galo continuou desfilando pela avenida que existia no lado esquerdo da defesa do frágil Uberaba. No supracitado corredor mais uma vez o Tupi levou perigo ao gol adversário, em boa  jogada de Alan pela linha de fundo. O boleiro taxista cruzou rasteiro e Ademílson, que lutou muito, quase empurrou de carrinho para as redes, passando bem perto da bola. E, novamente pela direita, Flávio fez boa jogada e cruzou para Alan, livre na marca do pênalti, que, de primeira, chutou alto e desperdiçou mais uma chance.

O primeiro tempo ficou caracterizado por muitas faltas e pelo domínio do Tupi, que tentou sempre manter a posse de bola no campo adversário, agredindo-o várias vezes de forma perigosa. O time juiz-forano se movimentou, jogou pelas laterais e fez dois gols, indo para o intervalo com uma vantagem confortável para o segundo tempo. Destaque para Henrique, que participou dos dois gols do time, se apresentou bem no ataque, e foi o melhor jogador da primeira etapa.

No segundo tempo, porém, o time de Moacir Júnior voltou com a pilha fraca, num ritmo bem diferente do apresentado na etapa inicial. Aos 11 minutos Flávio derrubou Gustavinho na área e o juiz marcou pênalti. Clodoaldo bateu com frieza e marcou o primeiro gol do Uberaba. O gol marcado pela equipe visitante mudou o ritmo da partida. Aos 15 minutos o Uberaba quase empatou em cabeçada perigosa de Thiago Davis, muito bem defendida por Victor Hugo. No rebote, Marlon completou para as redes, gol invalidado por estar em posição de impedimento.

Aos 18 minutos Moacir resolveu tirar Michel Cury, visivelmente cansado, e colocar Evandro Paulista, recuando Alan para o meio. Com o recuo do atacante, passando a vir de trás, Paulista abriu pela direita e Ademílson pela esquerda, buscando o técnico alargar a marcação do adversário e dar, novamente, volume ao jogo do Carijó mais amado do Brasil. Assim ficou o time de Júnior:

 

 

 

Aos 25 minutos, pouco após a substituição, em ótima trama do ataque, tendo participação de Ademílson, Henrique e Salino, o último concluiu dentro da área, obrigando o goleiro a realizar excelente defesa. Esse foi o último lance do meia, que aos 32 minutos foi substituído por Michel Benhami, substituição que arrancou aplausos do torcedor que estava no Estádio Municipal. Deu para ver, claramente, Moacir mostrando um triângulo com os dedos para Michel, desejando o técnico montar um triângulo à frente da dupla de zaga, remontando assim a equipe num 4-4-2 losango, com Alan responsável pela articulação e criação das jogadas. Assim ficou o Tupi após a segunda substituição:

 

 

 

Depois das substituições, realizadas pelas duas equipes, o ritmo do jogo despencou, ficando nas arrancadas de Ademílson, pela esquerda, a única esperança de ver o terceiro gol que sacramentaria a vitória, evitando o drama tão comum ao coração de todo torcedor Carijó. Aos 40 minutos, o Tupi teve um bom lance em confusão dentro da área do Uberaba, mas ninguém apareceu para concluir ao gol. No final da partida, Moacir tirou Ademílson, um guerreiro em campo, e colocou Jefferson, procurando dar sangue novo ao ataque. Pouco após a substituição o árbitro ergueu os braços e deu números finais a partida: Tupi 2 x1 Uberaba. Primeira vitória do Galo na competição.

Mas, apesar da necessária vitória, ao final da partida ocorreu um fato lamentável com o lateral Henrique, melhor jogador em campo e um dos melhores do elenco limitado do Tupi. No intervalo o atleta deu uma entrevista infeliz, criticando vorazmente a torcida do Galo, lembrando que o mesmo recusou-se comemorar o gol marcado, como forma de protestar contra os torcedores. Logicamente, estes foram cobrar uma postura diferenciada do jogador, que mais uma vez pisou na bola. Após reclamação, Henrique desferiu xingamentos e arremessou uma garrafa de água contra os revoltosos torcedores. Se não fossem os policiais, provavelmente teria partido para a agressão.

Certo é que a diretoria do Tupi não pode fechar os olhos para o episódio de indisciplina e desrespeito do jogador contra a torcida e, sobretudo, contra a própria equipe. Henrique deve ser advertido, multado e cobrado no que concerne a sua postura, afinal é um exemplo para crianças e jovens que acompanham o time de nossa cidade. Também é de praxe a intolerância, assim como as costumeiras atitudes agressivas de protesto contra os atletas que compõe o elenco. Ainda não aprenderam que o excesso de crítica, assim como a feitura de reiteradas perseguições, sobretudo contra bons jogadores, somente prejudica o desempenho do time.

 O torcedor paga ingresso, é patrimônio do clube e tem, por direito, a livre manifestação de seu pensamento. É óbvio que Henrique errou, sendo obrigação da direção acolher os torcedores e punir o jogador, afinal foi desproporcional a agressividade que demonstrou. Mas tudo tem limites, sendo melhor para o Tupi não fazer do episódio um motivo de crise. É bom lembrar que o atleta é um dos mais versáteis e qualificados do grupo, sendo sua permanência primordial para a manutenção do time na série A do Campeonato Mineiro, assim como para alcançar êxito em sua campanha pela Série C do Brasileirão. A mentalidade do torcedor Carijó também necessita de mudar, tem muitos que já chegam ao estádio criticando e incitando outros a criticar. Amar seu clube é antes de tudo apoiá-lo.

Voltando ao jogo, que é o mais importante, conclui-se que o Tupi venceu, mas não convenceu. Apesar de ter melhorado bastante, visto o comportamento apático das outras partidas, o time ainda tem muito que melhorar, tanto no aspecto tático quanto no técnico. Verificamos que a equipe de Moacir Júnior esteve mais compactada, se movimentou bastante, sobretudo no primeiro tempo, mostrando um entrosamento maior entre os setores da equipe. O resultado foi um maior volume de jogo e a conquista da tão almejada vitória.

Apesar das limitações do elenco, dificilmente o Carijó cairá para a segunda divisão. Mesmo cometendo, ainda, alguns equívocos, Moacir já demonstrou uma evolução do seu trabalho, dando padrão tático e acertando na estratégia de jogo, procurando sempre escalar o que tem de melhor em campo. Entretanto algumas decisões merecem serem revistas pelo técnico alvinegro. Para que improvisar Henrique na lateral esquerda se o setor conta com Michel Benhami e Carlão, visto que o último foi contratado para suprir a carência na posição? Não poderia o treinador recuar Salino para segundo volante ou sacá-lo do time, escalando Henrique na meia direita?

Volto a defender que o esquema 3-5-2 seria o mais adequado para o time de Juiz de Fora, afinal aperfeiçoaria consideravelmente o aproveitamento das qualidades técnicas contidas no elenco. Abaixo uma equipe mais compacta, ofensiva, forte fisicamente e, por não haver qualquer necessidade, sem nenhuma improvisação:

 

 

Jaílton tem boa saída de bola, assim como marca bem na defesa, possuindo características para ser o líbero da equipe. Quando sair jogando, para qualificar tal caminhada ao ataque, George recua e fica em seu lugar, recompondo o setor defensivo. Salino se movimenta bem, sendo que num 3-5-2 bem postado, teria todas as características para ser um segundo volante vigoroso, que atuaria tanto na defesa quanto no ataque. Michel Benhami e Henrique são jogadores habilidosos, que atuam bem pela lateral ofensiva, mas que não possuem muita intimidade com o setor defensivo. Logicamente que suas escalações como alas, aproveitaria melhor suas qualidades e aumentaria consideravelmente o poder de fogo da equipe. No meio Michel Cury distribuindo e pensado o jogo, com auxílio de Alan, sempre se movimentado no ataque Carijó. Na frente o ídolo e guerreiro Ademílson, esperança maior de gol da sofrida torcida do Galo.

A sugestão está dada, o coração aliviado e a torcida esperançosa. Confio no Moacir, no elenco e na torcida, que assim como no sábado, irá continuar apoiando o time, demonstrando seu amor incondicional pelo time da nossa cidade. Força Galo!

       Comentem!!!!!!!!!!!!!

 

 

                                                                       Victor Lamha de Oliveira

 



 

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