ALTERNATIVAS TÁTICAS PARA O INSOSSO TRICOLOR PAULISTA

24/06/2012 20:48

 

Confesso que não sou um admirador do trabalho de Emerson Leão. Logicamente que não ignoro os bons trabalhos realizados pelo citado treinador, sendo o Santos de Diego e Robinho o mais vistoso de todos. Também não tem como esquecer os fiascos praticados por Leão, sendo sua participação na Seleção Brasileira um bom exemplo de sua coleção de fracassos.

Além da arrogância, atualmente escondida, verdadeiro teatro de um leão em pele de cordeiro, creio que o supracitado treinador faz parte de uma rede de técnicos ultrapassados que ainda perduram no futebol brasileiro, porque em algum tempo atrás, fizeram um bom trabalho.

Fazem parte dessa rede, além de Leão, treinadores como Joel Santana e até mesmo Vanderlei Luxemburgo, estagnados taticamente, assim como vários outros exemplos que ainda vagam pelo nosso futebol, todos desfilando um deprimente desconhecimento tático, quase sempre advindo de uma desatualização profissional, o que culmina numa capacidade ímpar de destruir equipes que tinham tudo para serem vitoriosas.

Acho que esse é o caso do São Paulo. Desde a contratação, sabia que Emerson Leão somente iria atrapalhar a construção de uma equipe vitoriosa, desperdiçando a chance de conquistar a Copa do Brasil, atalho para a Libertadores, título ainda não conseguido pelo clube. Para piorar, a equipe perdeu para a Portuguesa no sábado, demonstrando total falência de seu planejamento tático, fruto da incompetência atual de seu treinador.

Cabe ressaltar que Leão também tem suas virtudes, ou, pelo menos, tentativas de parecer ser um treinador moderno e virtuoso. Para adequar-se aos dogmas da modernidade tática, usa como esquema o 4-2-3-1, desenho tático não existente na época em que era considerado um dos melhores treinadores do país. Hoje, o decadente técnico está passando longe disso. A tendência é ir saindo lentamente do cenário vencedor, como aconteceu com Jair Pereira, Nelsinho Batista e vem acontecendo com Joel Santana e Vanderlei Luxemburgo. Esse é o desenho tático que vem sendo adotado por Emerson Leão:

 

 

No que concerne à escalação dos jogadores, Leão não foi mal, colocando, em tese, e com a contusão de Fabrício, os melhores em campo. Porém, o 4-2-3-1 não tem se mostrado a melhor opção para a equipe, sendo um dos fatores dos maus resultados obtidos no Paulistão, no Brasileiro e na Copa do Brasil.

O 4-2-3-1 de Leão tem a seguinte sistemática padrão: o lateral direito fica mais preso para que Cortez apoie com mais frequência, uma de suas principais características. No meio, Denílson fica mais preso na proteção à zaga, assim como recai em suas costas a cobertura dos avanços constantes de Cortez. Casemiro joga com mais liberdade para atacar, com Cícero no centro, ladeado por Lucas e Jadson.

Cícero e Jadson costumam alternar as posições, com Lucas mais agudo no ataque, tentando não deixar Luís Fabiano isolado. Mas, como dito, o esquema não tem se mostrado efetivo com a escalação dos jogadores escolhidos por Leão. Com esses mesmos atletas, mas se valendo de outro desenho tático, pode o São Paulo montar uma equipe mais competitiva e compacta, o que, pelo menos, tiraria o clube desse princípio de crise.

Os cartões levados por Denílson, assim como seu número de faltas exagerado, demonstra que o jogador está sobrecarregado no setor de marcação. No lado esquerdo do tricolor paulista, flagramos um apoio maior, porém desordenado, o que deixa uma avenida pelo setor, um dos pontos de fragilidade da defesa da equipe do São Paulo.

Na direita, Lucas fica um pouco isolado, dependendo de suas próprias arrancadas para brilhar nas partidas. A equipe de Leão tem um jogo coletivo fraco, quase inexistente. A marcação é frouxa, sem compactação. A lateral esquerda é uma avenida e o meio marca mal. Na frente, os jogadores mal posicionados e jogando distantes, não tem conseguido trabalhar a bola para aumentar o volume de jogo ofensivo.

Assim, pensei em dois desenhos táticos que poderiam iniciar uma reação da equipe paulista. A primeira opção seria um 4-1-4-1, esquema que tem se mostrado tão moderno quanto o 4-2-3-1. O aludido esquema, aliás, tem sido um ótimo antídoto contra equipes habilidosas que usam o 4-2-3-1, por sua compactação do sistema de marcação em duas linhas de quatro. Assim jogaria a equipe no supracitado esquema:

 

 

Jogando no 4-1-4-1, Denílson ficaria sozinho como primeiro volante, se dedicando exclusivamente à proteção da zaga e a cobertura dos laterais. À frente de Denílson se formaria outra linha de quatro, assim como tem feito o Corinthians de Tite. A nova linha de meio, formada por Lucas, Casemiro, Cícero e Jadson, jogaria marcando e saindo para o jogo, tentando aproximar-se com mais constância de Luís Fabiano.

A vantagem de usar esse esquema, precipuamente, seria a compactação do setor defensivo, um dos problemas do time de Leão. Lucas jogaria mais livre pela direita, aproveitando tal liberdade para encostar-se ao centroavante, criando o jogo e partindo para cima dos adversários em velocidade. Casemiro e Cícero, nessa lógica, teriam a incumbência de marcar e sair para o jogo, alternando na criação das jogadas. O fato dos dois também se dedicarem à marcação iria permitir um avanço seguro dos laterais e o uso desse tipo de jogada com mais frequência e efetividade pelo time do São Paulo.

Por fim, outro esquema que poderia mudar a cara desse apático São Paulo seria um 4-3-1-2 ao estilo Boca Juniors, com volantes que marcam e saem para o jogo e Lucas de enganche, livre para pensar e criar o jogo ofensivo da equipe. Assim jogaria o tricolor no citado esquema:

 

 

O uso deste desenho tático poderia aumentar a proteção da zaga e proporcionar um maior apoio dos laterais, afinal Cícero e Casemiro fariam a cobertura pelos flancos. Na frente, Wilian José entraria na vaga de Jadson, formando uma dupla de ataque com Luís Fabiano, dando fim ao isolamento do Fabuloso na ponteira de ataque. Lucas jogaria livre como enganche, caindo pelos dois lados e arquitetando as ações ofensivas do time.

Independentemente da qualidade das opções táticas por mim expostas, a verdade é que, já que não muda o treinador, já passou da hora do São Paulo tentar o uso de outro desenho tático. Conto sua participação! Deixem nos comentários as soluções que, em sua opinião, melhorariam os resultados do São Paulo, um dos melhores elencos do país, assim como também é um dos mais mal aproveitados. Abraço!

 

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

 

Tópico: ALTERNATIVAS TÁTICAS DO TRICOLOR PAULISTA: A MUDANÇA É NECESSÁRIA

Re:São Paulo e a luta por um esquema

Victor Lamha de Oliveira | 26/06/2012

Fala Júnior, tudo bom? Concordo com você quanto ao comportamento da equipe: sem raça, sem garra e sem vontade! Porém, acho que muito desse problema advém da falta de acerto tático e da falta de comando do treinador, que tenta mudar a sua imagem de polêmico e mal educado. Contra o Cruzeiro, Leão poderia se valer do 4-3-1-2 sugerido no post acima, espelhando o esquema usado por Celso Roth! Abraço

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