BAHIA 0 x 2 FLUMINENSE: GRANDE DUELO ESTRATÉGICO ENTRE ABEL E JORGINHO

10/10/2012 21:49

 

O jogo entre Bahia e Fluminense, melhores equipes do segundo turno, destacou-se no campo estratégico, ficando um pouco de lado a questão do desenho tático. Taticamente, não tivemos nenhuma novidade. Jorginho postou o tricolor baiano no 4-3-1-2 e Abel Braga escalou o tricolor carioca no costumeiro 4-2-3-1. Exatamente como esperado por todos. Os destaques foram as aplicações estratégicas, especialmente a movimentação e marcação do Bahia. Esse foi o painel tático do duelo:

 

Bahia no 4-3-1-2 e Fluminense no 4-2-3-1: partida não foi decidida no aspecto tático, mas sim nas estratégias aplicadas aos desenhos.

 

 

O Bahia foi superior ao Fluminense em quase toda a partida. Como já dito aqui no Painel Tático, o losango é um esquema de grande valia defensiva contra adversários que jogam no 4-2-3-1. E Jorginho aproveitou bem essa virtude do referido desenho: Fahel colou em Deco e os volantes laterais duplicavam a marcação em cima de Sóbis e Nem, meias laterais do Flu.

Outra grande sacada de Jorginho que ficou visível no primeiro tempo: Zé Roberto foi jogar em cima de Jean, jogador que tem ditado a dinâmica do meio campo do Fluminense. Além de jogar em cima, Zé Roberto também voltava marcando Jean e ceifando ainda mais a criatividade do meio campo do tricolor carioca.

As estratégias ficaram muito bem definidas desde o início da partida: Bahia marcando no campo do Flu, com volantes laterais que marcavam e saiam para o ataque e muita movimentação na frente. Já o Fluminense veio para jogar no contragolpe, na bola decisiva, na sua capacidade técnica ou no erro do adversário. O Bahia saiu para ganhar o jogo e o Fluminense entrou para esperar o momento certo de ganhar. O tricolor de Abel é letal em sua tranqüilidade.

Até os 15 minutos da segunda etapa, foi um massacre baiano. O ataque de Jorginho se movimentava muito, com Zé Roberto fazendo uma espécie de falso 9 quando os atacantes abriam. Com volantes que marcavam muito e também jogavam no ataque, o time baiano marcava a saída de bola do Flu e mandava no jogo, tocando com velocidade e movimentando muito no ataque.

O Bahia perdeu seis gols feitos, com duas bolas na trave, três defesas milagrosas de Cavalieri e um gol perdido na cara por Jussandro, que chutou para fora. O tricolor baiano, mais compacto e voluntarioso, jogava na empolgação da torcida e espremia o tricolor carioca em seu campo de defesa. Entretanto, a estratégia de Abel, ajudada por uma sorte incrível que vem rondando seu time, acabou prevalecendo. Jorginho tentou impor na vontade a deficiência técnica de seu time com relação ao adversário. Já Abel preparou sua equipe como sempre, pronta para dar o bote num lance de virtude, velocidade ou erro do adversário.

Aos 15 minutos do segundo tempo, após bela jogada de Bruno, saiu o gol esperado pela equipe tricolor. O golaço marcado pelo lateral, em jogada individual, deu um banho de água fria na empolgação baiana. Dali para frente o Flu tomou as rédeas da partida, conseguiu o segundo gol com Sóbis e venceu a quarta partida seguida. Tudo com aquela tranqüilidade britânica que tem apresentado durante o campeonato, daí a constância do time na tabela e nos resultados. Abel sabia que teria essa chance com os avanços do Bahia. Pensou em cima da estratégia de Jorginho e, contando com a sorte, venceu mais uma.

No jogo das estratégias, Jorginho foi muito bem e surpreendeu o líder da competição com marcação cerrada e movimentação constante na frente. Porém, o gol não saiu, o que abriu as portas para a prevalência da estratégia tricolor, que é se defender e esperar o momento de marcar. O Fluminense nem parecia ter sofrido 60 minutos de pressão. Como dito, a letalidade do time de Abel nasce em sua tranqüilidade. Abraço!

 

 

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

 

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