BRASIL 3 x 2 HONDURAS: MANO ERROU TATICAMENTE

04/08/2012 21:17

 

Como dito aqui no Painel Tático, a fórmula mais viável de vencer a retranca hondurenha era utilizar o híbrido 4-2-3-1/4-4-2, com Neymar livre de segundo atacante, se movimentando incisivamente por todo o campo ofensivo. Entretanto, Mano Menezes optou pela escalação de um 4-2-3-1 genuíno, com Neymar pela esquerda, Hulk pela direita e Oscar pelo centro. Já o time de Honduras veio postado, como desenhado aqui no Painel, na prévia tática do duelo, num britânico 4-4-2 em linhas. Esse foi o painel tático da partida:

 

 

A melhor opção de Mano Menezes era espelhar taticamente o 4-4-2 hondurenho. Essa era a receita tática para fazer o talento brasileiro sobressair. O Brasil até começou incisivo no ataque, porém perdeu três gols e acabou levando um aos 12 minutos do primeiro tempo. O interessante é que a seleção hondurenha não se acovardou. Após o gol, continuou marcando e pressionando no campo de defesa brasileiro.

A expulsão infantil de Crisanto, aos 33 minutos, ajudou e muito a Seleção Brasileira, totalmente perdida e apática em campo. Damião empatou fazendo um gol de oportunismo, aproveitando a trapalhada da defesa de Honduras. Lembrando que esse gol saiu com Neymar criando pelo meio, Hulk pela direita e Oscar pela esquerda. Aos 41 minutos, Mano tirou Sandro e colocou Danilo, que já deveria ter entrado como titular após bela participação contra a Nova Zelândia.

Com certeza, essa foi a pior atuação coletiva da seleção olímpica do Brasil, contando os quatro amistosos disputados antes do início do torneio. Outro ponto fraco foi a atuação dos volantes. Sandro e Rômulo estavam inoperantes, tanto na defesa quanto no ataque, o que ceifou muito o volume de jogo ofensivo do Brasil. Nesse sentido, André Rocha foi preciso no excelente Olho Tático:

 

- “(...) Também um velho problema do futebol brasileiro que trava times e seleção: volantes estáticos, sem saída de bola, mais preocupados com a marcação para compensar a pouca combatividade de meias, atacantes e laterais (...)”.

 

Se quer postar o time num típico 4-2-3-1, Mano tem que aceitar os preceitos modernos do esquema, que é escalar volantes com capacidade de auxiliar os meias ofensivos na armação das jogadas. E essa lição serve também para a seleção principal. Não podemos esquecer que a força física do time hondurenho também foi um problema para a Seleção, formada em sua maioria, por jogadores mais leves. Entretanto, nada pode justificar essa péssima atuação da equipe, que precisou da ajuda do árbitro (no pênalti mal marcado em Damião) para não empatar com Honduras no tempo normal.

A maior decepção da partida foi a atuação de Hulk. Perdido pelo flanco direito, o forte atacante do Porto não produziu quase nada. Quando teve a chance de bater, preferiu o passe curto, errando na maioria das vezes. Porém, falta uma preparação coletiva para que o atleta possa exercer sua principal jogada, como ensina André Rocha:

 

- “(...) O atacante do Porto só justifica sua presença como um dos acima de 23 anos se tiver a chance de explorar sua jogada característica: recebe na meia direita, ameaça passar para o lateral na ultrapassagem, corta para dentro e bate de canhota. Como Rafael raramente passa em velocidade, Hulk fica aberto e produz pouco buscando a linha de fundo(...).”

 

O destaque, sem dúvida, foi Leandro Damião. Além dos dois gols, ainda sofreu o pênalti inexistente marcado pelo árbitro. O primeiro gol foi aquele velho oportunismo dos grandes matadores. Já o segundo, veio após um lindo giro, lembrando aquele clássico pivô do futebol de salão. É bom saber que quando a equipe precisar, temos um matador para decidir. Leandro Damião e o árbitro podem ter salvado o emprego de Mano, que hoje, errou taticamente. Abraço!

 

 

Olho Tático – Damião, o salvador da vez na pior atuação brasileira

 

https://globoesporte.globo.com/platb/olhotatico/2012/08/04/damiao-o-salvador-da-vez-na-pior-atuacao-brasileira/

 

 

 

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira