BREVE PITACO TÁTICO SOBRE O CLÁSSICO DE MADRID: REAL VENCE DE VIRADA

27/04/2013 19:35

 

O Atlético de Madri recebeu o Real pela 33ª rodada do Campeonato Espanhol com o estádio Vicente Calderón lotado. A partida era importante para os dois times. O Real precisava da vitória para seguir sonhando com o título. Já os colchoneros precisavam somar pontos para garantir matematicamente a classificação para a Liga dos Campeões da próxima temporada. O Atlético de Madri está há 14 anos sem vencer o Real, o que jogou grande responsabilidade nas costas dos seus jogadores.

No plano tático, nenhuma novidade. Diego Simeone desenhou sua equipe no costumeiro 4-4-1-1 e o Real veio num 4-2-3-1 com Kaká fazendo a meia central e Di María pelo setor direito. Antes do painel tático, cabe lembrar que o citado tabu teve início no dia 30 de outubro de 1999, quando o Atlético venceu o Real por 3 a 1. De lá para cá,  foram 24 partidas sem vitórias para o Atlético, sendo que as últimas nove tiveram o Real como vencedor do clássico da capital espanhola.

 

Atlético no 4-4-1-1 e Real Madrid no 4-2-3-1: com Cristiano Ronaldo poupado para a Champions, Di María ganhou a liberdade que é conferida ao português quando ele está em campo. Assim, Morata ficou mais preso pela esquerda e o argentino circulando mais, além de compor os espaços pelo lado direito. No Atlético, Suárez ficou plantado na marcação de Kaká, anulando o apático brasileiro. Com isso, Gabi ficou mais solto para se juntar a Juanfran, Garcia e Diego Costa, reforçando as ações ofensivas pelo lado direito.

 

 

Aos 4’, o primeiro gol da partida. Após cobrança de falta, López “bateu roupa” e a bola sobrou para Godín. O zagueiro cruzou para a segunda trave, onde se encontrava livre o artilheiro Falcão Garcia, que completou para o gol: 1 x 0 para o time da casa. Foi o 26° gol do colombiano no Campeonato Espanhol. Mas, apenas 10 minutos depois, aos 14’, Di Maria cobrou falta que cruzou a área e desviou em Juanfran, enganando o goleiro Courtois: 1 x 1 no clássico de Madrid.

Até o gol de empate, o Atlético era melhor e dominava o meio de campo. Após seu gol, o Real teve uma fase de predomínio que durou até os 35 minutos. Depois desse lastro temporal como melhor em campo, o Real caiu novamente de produção nos 10 minutos finais, mas sem sofrer muita pressão do adversário. O time de Mourinho só foi bem quando botou a bola no chão e qualificou a saída com Khedira, já que Kaká era uma peça nula no meio de campo.

Com o início da etapa complementar, era esperada uma pressão dos donos da casa, que entraram em campo com esse tabu indigesto entalado na garganta. E era necessário tornar a posse de bola mais produtiva, afinal, no primeiro tempo, quem mais se aproximou do segundo gol foi o Real, com Benzema perdendo chance cara a cara após excelente jogada do versátil Di María. E foi assim que o Atlético iniciou a segunda etapa, em cima do Real, com Diego Costa caindo pelos dois lados na busca de espaço.

Aos 11’, depois de jogada bem trabalhada, Gabi ficou de frente para o gol e bateu muito mal. Foi a primeira bola que os donos da casa trabalharam com calma, sem aquela pressa em correr pelas beiradas e alçar na área para Falcão finalizar. Lembrando que o volante Suárez continuava no encalço de Kaká, que permanecia inoperante na meia central do 4-2-3-1 armado por José Mourinho. A equipe de Simeone dominava a partida, sobretudo no meio de campo, dificultando as ações ofensivas do Real Madrid.

Porém, como sabido, futebol e justiça são coisas que não costumam rumar para a mesma direção. Aos 17’, Benzema deu lindo toque em diagonal para o argentino Di María, que bateu cruzado no cantinho do goleiro. A virada merengue calou a torcida colchonera e abateu o time atleticano em campo, que sem forças pouco conseguia lutar pelo menos por um empate. Três minutos após o gol, José Mourinho iniciou suas substituições para fechar mais o meio e segurar o resultado, desenhando a equipe num 4-1-4-1:

 

Mudanças no Real: aos 20’, saiu o apagado Kaká e entrou Xabi Alonso. Depois entraram Varane e Modric nas vagas de Essien e Di Maria. Com isso, o Real foi postado num 4-1-4-1 com Pepe a frente da zaga e uma linha de meio mais cuidadosa guarnecendo Benzema. O objetivo era manter o placar e, quem sabe, aumentar no contragolpe.

 

 

Vou dedicar esse parágrafo para tratar da atuação de Kaká, que foi muito mal. Lento e sem ritmo, foi presa fácil para a marcação, não produzindo nada de útil ofensivamente. Na transmissão da ESPN, Paulo Vinícius Coelho deu nota 4,5 para o brasileiro, o que, em minha humilde opinião, foi até demais para a insossa apresentação do jogador. Não adianta só reclamar de José Mourinho e não corresponder em campo. Foi mais uma grande oportunidade desperdiçada e outra demonstração de que não está num bom momento para ser convocado para a Seleção.

O Real venceu e assim procura fôlego para enfrentar o Borussia na partida de volta da Champions League, tentando reverter o péssimo resultado obtido na Alemanha. Agora são 25 partidas em que o Atlético não vence o maior rival, com 19 vitórias do Real e 6 empates, sendo a vitória de hoje a décima consecutiva. O 4-1-4-1 testado nos 25 minutos finais deve ser o esquema escolhido por Mourinho para terça, por conferir segurança defensiva e também propiciar ofensividade pelos lados. Abraço!

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

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