CHELSEA 1 x 0 BARCELONA: PREVALECEU A ARTE DO CONTRA-ATAQUE

No aspecto tático, nada de novidades no duelo entre Chelsea e Barcelona. Pep Guardiola postou sua equipe, como esperado, num 4-3-3. Seu escopo era maximizar a movimentação na intermediária inglesa. Pep sabia que o time londrino iria jogar fechado, sempre esperando a chance do contragolpe em velocidade. Roberto Di Matteo trouxe o Chelsea postado no 4-2-3-1 que vinha utilizando, mudando somente algumas peças de setor. Esse foi o desenho tático da partida:

O treinador do time inglês implantou no seu 4-2-3-1 a estratégia do contra-ataque, demonstrando grande preocupação com o aspecto defensivo. Colocou Ramires na esquerda para marcar Daniel Alves e aproveitar, em velocidade, os espaços deixados pelos seus avanços constantes ao ataque. Na direita, o espanhol Mata abdicou-se da criação de jogadas para fechar o corredor, tentando evitar ao máximo os avanços de Adriano. Tudo para Iniesta ser bem marcado mais na frente.

Outra coisa que chamou atenção no Chelsea foi a disposição dos atletas de meio campo. Quando o time estava sem a bola, Mikel, Meireles e Lampard formavam praticamente uma linha de três volantes, colocando a equipe num 4-3-2-1. Por muitas vezes Ramires também voltava compondo uma primeira linha de quatro no combate, aprimorando e efetivando a marcação. Já com o domínio da bola, Lampard se adiantava para ser o enganche do 4-2-3-1, remontando o sistema em campo.

O Barcelona fez o de sempre, que é tocar a bola com maestria e tranquilidade. Com esmagadora posse da pelota dominou a partida, tendo quatro chances claras de gol. Seu azar foi a eficácia da estratégia do Chelsea. Em contragolpe letal, após roubada de bola no meio, Lampard fez lançamento magistral e Ramires aprofundou em velocidade. O brasileiro levantou a cabeça e encontrou Drogba entrando livre, que, com frieza, empurrou para as redes do Barça. O gol foi um castigo para o domínio espanhol e um presente para o aproveitamento inglês. A jogada do Chelsea era essa: lançamento de Lampard, velocidade de Ramires e conclusão de Drogba. Lembrando que o espanhol Mata foi escalado para, de forma precípua, dedicar-se a marcação.

No segundo tempo as propostas iniciais se acentuaram. Di Matteo tirou Mata e colocou Kalou para fortalecer a correria do contragolpe. Como Pep Guardiola tirou Sanchéz e colocou Pedro, para correr pela direita, Ramires se esqueceu do ataque e virou praticamente um lateral esquerdo. A função de correr em contra-ataque agora era de Kalou. Ficou visível que o time inglês passou a jogar num 4-5-1, com uma linha de quatro na defesa e outra de cinco no meio.

Foi desta forma, e no sufoco, que o Chelsea conseguiu importante resultado para o segundo jogo. Nessa partida funcionou o sistema de marcação (apesar do Barcelona ter pelo menos cinco chances límpidas de gol) e faltou o brilho de Messi, apagado e pouco produtivo. Espero um grande jogo para a volta. Vamos aguardar a saída tática de Guardiola para o imbróglio estratégico do contragolpe, apresentado, de forma eficaz, pelo time inglês. Aguardo seu comentário. Abraço!

Victor Lamha de Oliveira