EVERTON 1 x 0 CHELSEA: MARTÍNEZ E MOURINHO TRAVAM DUELO TÁTICO INTERESSANTE

14/09/2013 18:21

 

Everton e Chelsea se enfrentaram no Goodison Park e fizeram um jogo franco e dinâmico. As duas equipes atuaram de forma vertical e objetiva, disputando minuto a minuto o predomínio da partida e a posse de bola. Taticamente, as duas equipes iniciaram postadas no 4-2-3-1. Nos 10’ iniciais, o Chelsea tentou sufocar e teve mais posse de bola. A equipe de Mourinho encurtou bem o espaço e fechou as linhas de passe. Mesmo pressionado, o Everton não rifava a bola, como gosta Roberto Martínez.

 

Painel tático da primeira etapa: as duas equipes vieram desenhadas no 4-2-3-1. No Chelsea, Mata e Schürrle inverteram bastante de posição, sendo eles os responsáveis pela criação das jogadas, assim como Ramires e seus avanços. Mourinho montou uma triangulação pela direita com os três, além de Eto’o que também buscou com freqüência o setor. A intenção era liberar o corredor no flanco oposto para Hazard, que jogava mais agudo. Mas, mesmo com uma estratégia mais vertical, o belga foi pouco acionado pelo time que teve dificuldades para inverter a bola. Vale destacar que Ramires alinhou-se bastante com Mata na transição ofensiva, montando em campo, ao partir para o ataque, um 4-1-4-1 circunstancial. Já Martínez prendeu mais Baines, Barry e Mirallas pela esquerda, soltando o lado direito com Osman e o escocês Naismith.

 

 

Depois dos 10’, o Everton adiantou as linhas e postou o bloco mais à frente, encaixando bem a marcação por zona. Nesse momento, o Chelsea passou a ter sérias dificuldades para penetrar na área do adversário. O time de Mourinho tinha movimentação, mas faltava uma articulação inteligente que a aproveitasse. A partir dos 15’, o Everton passou a ter 55% da posse de bola e as duas equipes tiveram boas oportunidades para marcar o gol, o que só aconteceu no final da primeira etapa.

Aos 45’, após boa trama na entrada da área, Barkley limpou a jogada e abriu para Coleman. O irlandês cruzou para Jelavic que escorou, deixando a bola limpa para Naismith empurrar de cabeça: 1 x 0 Everton. O escocês, aliás, foi o melhor jogador da etapa inicial, sendo muito acionado pelo flanco direito, o que levou Ashley Cole à loucura. Também se destacou a dupla de volantes do Everton, muito equilibrada com Osman apoiando bem o ataque pelo lado direito e Barry como um cão de guarda à frente da área.

Na segunda etapa, as duas equipes voltaram verticais e objetivas, mantendo o jogo franco do primeiro tempo. Mas, aos 12’, a partida começou a se desenhar de forma diferente. Mourinho fez duas alterações, colocando Oscar e Lampard nas vagas de Mata e Schürrle. Martínez resolveu dar a resposta e colocou o volante McCarthy no lugar do centroavante Jelavic. Até os 25’, o Chelsea jogou no 4-1-4-1 com Ramires pela direita e o Everton se fechou numa espécie de 4-3-2-1 que tentava atacar como 4-2-3-1.

Com a vantagem, o Everton abandonou a luta pela posse de bola e encolheu suas linhas, “chamando” o Chelsea para seu campo de defesa. Diante desse quadro, Mourinho resolveu se inspirar em Guardiola e fez uma alteração ousada: entrou Torres na vaga de Cole. Assim, David Luiz passou a ser um lateral/zagueiro pela esquerda e Ramires um ala/lateral pela direita, jogando o Chelsea num esquema híbrido. Na transição ofensiva, o time de Mourinho atacava jogando no 3-4-1-2:

 

Mourinho tentou buscar os gols que precisava escalando um esquema híbrido, com Ramires sendo ala/lateral e David Luiz zagueiro/lateral, variando o desenho do 4-2-3-1 para o 3-4-1-2. No Everton, McCarthy entrou pelo setor esquerdo como um terceiro volante, auxiliando Baines na marcação de Ramires. Entretanto, o volante irlandês também tentava se valer dos avanços do brasileiro, subindo ao ataque com o auxílio de Barkley e Mirallas. Apesar de mudar, o jogo foi intenso do início ao fim, marca registrada da Premier League.

 

 

O escrete mutante que José Mourinho escalou na etapa complementar teve várias chances, mas não conseguiu o empate. Apesar do Chelsea ter tido mais chances de gol, a partida foi bastante equilibrada no quesito ofensividade. Mesmo recuando nos 20’ finais, o Everton jamais deixou de buscar o segundo gol em jogadas de contragolpe, sobretudo pelos flancos. As alterações até tornaram o Chelsea mais ofensivo, porém também bagunçaram o setor de marcação, deixando a equipe frágil sem a bola.

Talvez Mourinho não sentisse tanta falta de articulação se tivesse escalado Lampard ou Oscar desde o início. Poderia também ter dado mais tempo ao 4-1-4-1 com Ramires pela direita, conseguindo uma pressão mais organizada. A obsessão pela vitória parece ter tirado um pouco da razão do português, que apostou tudo na ofensividade ao tirar Cole e colocar Torres em campo. Fica a dúvida: será tal hibridação no esquema uma nova saída tática de Mourinho para situações similares? Se for, precisa ser treinada. Abraço!

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

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