FLUMINENSE 1 x 0 CRUZEIRO: ANÁLISE TÁTICA DA ESTREIA DE LUXEMBURGO NO TRICOLOR

01/08/2013 11:57

 

Fluminense e Cruzeiro viviam situações totalmente distintas antes do duelo válido pela décima rodada do Campeonato Brasileiro. A equipe mineira ocupava a liderança e o tricolor carioca habitava a desconfortável zona do rebaixamento após cinco derrotas seguidas. Em crise e com Vanderlei Luxemburgo chegando, era esperado que o Fluminense cedesse campo para o Cruzeiro e se fechasse no início. O problema foi que o Flu exagerou nesse recuo, além de estruturar mal a marcação.

 

Painel tático do primeiro tempo: Fluminense no 4-3-1-2 e o Cruzeiro no habitual 4-2-3-1 que até o momento lhe concedia a liderança. A equipe de Marcelo Oliveira, muito mais organizada, dominou a etapa inicial com sobras. Como o Fluminense entrou com quatro homens no meio, do jeito que gosta Luxa, os extremos do Cruzeiro fechavam direto no setor, além de recompor no acompanhamento dos laterais. O tricolor entrou com um losango estático na criação e mal organizado defensivamente, com Wagner e Diguinho perdidos e sem auxiliar a marcação pelos lados. O time do Fluminense habituou-se ao 4-2-3-1 e a recomposição dos extremos. Sem o auxílio pelas beiradas, o time carioca ficou com o setor defensivo fragilizado, deixando espaço de sobra para os laterais cruzeirenses. Sem ter quem marcar, Mayke se mandou pela lateral praticamente como um ponta.

 

 

O losango apático do Fluminense na etapa inicial entregou para o organizado Cruzeiro o domínio tranqüilo do jogo. Com volantes centralizados e marcando à distância, sobrou espaço para os laterais da Raposa, sendo Mayke o mais utilizado. Vendo isso, Luxemburgo pediu, aos 32’, que Sóbis invertesse com Fred e fosse jogar às costas do garoto. Entretanto, sem qualquer produção ofensiva no meio, a medida de nada adiantou.

 

 

Flagrante tático do 4-2-3-1 cruzeirense e seus cinco homens de meio campo.

 

 

O losango de Luxa não deu certo na primeira etapa. Com os meio-campistas atuando mal, sobretudo o vaiado Deco, nada produzia a equipe tricolor. Acuado, o Fluminense tentava se defender das investidas do Cruzeiro, que não soube aproveitar a inquestionável superioridade que teve. A inconsistência tricolor ajudava a segurança e a padronização do adversário, que flutuava pelo campo de ataque com passes rápidos, movimentação e intensa investida dos laterais.

Marcando lento e muito atrás, o Fluminense só levou perigo quando roubou na intermediária e no pênalti perdido por Fred. Aos 37’, quando estava sendo constantemente vaiado, Deco alegou lesão e foi substituído por Felipe, entrando este na ponta do diamante para tentar a ligação. Entretanto, também de nada adiantou. O primeiro tempo foi da equipe mineira que não conseguiu traduzir em gols a superioridade técnica e a eficiente imposição tática impelida ao atordoado adversário.

 

Estatísticas do primeiro tempo:

 

Finalizações: FLU 6 x 8 CRU

Chances de gol: FLU 3 x 3 CRU

Cabeçadas: FLU 1 x 1 CRU

Bolas levantadas: FLU 7 x 11 CRU

Escanteios: FLU 1 x 3 CRU

Faltas: FLU 6 x 8 CRU

Passes errados: FLU 22 x 18 CRU

Passes certos: FLU 116 x 104 CRU

Roubadas de bola: FLU 10 x 4 CRU

Impedimentos: FLU 0 x 2 CRU

Contra-ataques: FLU 2 x 1 CRU

 

Painel tático da primeira metade do segundo tempo: Luxemburgo mexeu as peças de seu losango buscando mais ofensividade. Com a entrada do garoto Igor Julião aos 19’, no lugar de Diguinho, Jean foi para o meio e alinhou-se a Felipe, agora alocado na posição de volante. Wagner foi adiantado como meia de ligação e buscava constantemente o flanco esquerdo, tentando forçar a jogada pelo setor com Felipe e Carlinhos. Com adiantamento das linhas o Flu melhorou, mas o Cruzeiro continuava seguro e compacto na transição defensiva, acelerando com inteligência e encontrando espaço ao tocar rápido a bola. Aos 17’, Willian entrou na vaga do apagado Luan.

 

 

O losango do segundo tempo foi bem mais produtivo do que o apático e previsível da etapa inicial. Felipe entrou bem e deu qualidade ao passe, assim como a ida de Jean para o meio. Com Wagner abrindo pela esquerda e fazendo dobradinhas pelas beiradas, o Fluminense começou a prender os laterais cruzeirenses e correr menos riscos. Mesmo com Vinícius Araújo se movimentando mais e caindo pelos lados, diminuiu consideravelmente a produção ofensiva do time mineiro.

Aos 26’, Luxemburgo fez a alteração que o proporcionou estrear com vitória no comando tricolor. Procurando a vitória e os espaços que existiam nas costas dos laterais cruzeirenses, tirou o tímido Wagner e colocou o promissor Roberth Kennedy, desenhando um 4-3-3 em campo. Sóbis, aberto pela esquerda, centralizava e abria o corredor para Carlinhos. Outra jogada era o recuo de Fred para armar com dois atacantes abertos. Jogando dessa forma o Fluminense conseguiu o gol que o tirou da zona do rebaixamento.

 

Com os garotos Igor Julião e Kennedy, o 4-3-3 dos vinte minutos finais empurrou o Cruzeiro e buscou jogar pelos lados, saindo do congestionamento armado por Marcelo Oliveira pelo meio. Aos 32’, Felipe clareou com categoria para Carlinhos que cruzou na medida. Atrevido, o garoto Kennedy tentou um voleio que acabou virando passe para Fred se redimir e empurrar de cabeça para o gol.

 

 

4-3-3 do Fluminense: no flagrante tático, como citado, Fred recuando para armar e dois atacante entrando em velocidade.

 

 

O Cruzeiro do segundo tempo continuou organizado, porém foi menos incisivo e superior. O time mineiro não soube vencer e aproveitar o péssimo momento do adversário. Já o Fluminense jogou na base da vontade e na qualidade do elenco, ainda existente apesar das perdas. Cavalieri voltou a ser importante, Fred voltou a ser decisivo e a equipe voltou a vencer. Taticamente, o 4-3-3 acena como uma boa possibilidade para Luxa dar velocidade ao cadenciado tricolor deixado por Abel. Abraço!

 

 

https://globoesporte.globo.com/temporeal/futebol/31-07-2013/fluminense-cruzeiro/

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

Tópico: FLUMINENSE 1 x 0 CRUZEIRO: ANÁLISE TÁTICA DA ESTREIA DE LUXEMBURGO NO TRICOLOR

Analise e scout compativeis com o que vi

Marco Lima | 01/08/2013

Uma coisa que interferiu também no jogo do Flu foi a postura insegura e os erros de passes resultantes. O penalti perdido também contibuiu para o resultado do primeiro tempo. Abração. Coragem!

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