ITÁLIA 2 x 1 ALEMANHA: AZURRA IGNORA O FAVORITISMO DO ADVERSÁRIO E CHEGA A FINAL DA EURO

28/06/2012 19:34

 

Mais uma vez o futebol italiano mostrou sua força e tradição ao despachar a favoritíssima Alemanha da Eurocopa. No plano tático, como esperado, não tivemos nenhuma novidade. A Seleção da Alemanha veio postada no seu 4-2-3-1 e a Itália repetiu seu 4-3-1-2, tudo como previsto e esperado. No que concerne às escalações, acho que Prandelli foi perfeito ao repetir o time da partida anterior, depositando mais uma vez sua confiança no brilho de Cassano e Balotelli. Já Joachim Löw decepcionou bastante na sua escalação. Depois da excelente partida contra a Grécia, ninguém poderia imaginar que o técnico alemão tiraria Reus, jogador que deu mobilidade ao 4-2-3-1 do time com sua habilidade e movimentação, para colocar Podolski, jogador que não vinha bem na competição. O treinador da Alemanha também preferiu deixar Müller de fora, escalando Kroos pela direita. Esse foi o desenho tático da partida:

 

 

A verdade é que o 4-3-1-2 italiano conseguiu neutralizar o irreconhecível 4-2-3-1 alemão. Pirlo cuidava de Özil, enquanto De Rossi e Marchisio tomavam conta dos meias laterais da equipe de Löw. Com isso, Mario Gómez ficou isolado na frente e Podolski ficou isolado pela esquerda. O time alemão somente conseguia atacar pela direita, com Özil caindo pelo setor, assim mesmo de forma tímida. Com um meio campo polivalente, onde os quatro componentes marcavam e auxiliavam na criação de jogadas, a Itália dominou o meio e as rédeas da partida, encaixotando o jogo alemão. No intervalo o treinador da Alemanha colocou Reus e Klose, sacando Gómez e Podolski, entretanto já era tarde.

Mario Balotelli, jogador problemático, mas dotado de grande habilidade, decidiu a partida fazendo dois gols, um após bela jogada de Cassano e outro a partir de uma bomba de fora da área que explodiu no ângulo de Neuer. Podemos dizer que Prandelli foi feliz na escolha de seu desenho tático e da estratégia aplicada a ele, anulando a movimentação e a produtividade alemã. Já Löw foi traído pelo excesso de confiança. Semifinal de Eurocopa não é o momento de se fazer experiências, ainda mais contra a Itália, um dos paradigmas de tradição do futebol mundial. Se tivesse iniciado a partida com Reus e Müller, a história poderia ter sido outra. A Itália mereceu e, se jogar dessa forma contra a Espanha, tem tudo para ser a campeã da Euro2012, algo inesperado por todos que acompanham o futebol. Abraço!

 

 

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira