REAL 2 x 2 BAYERN: JOGÃO E VITÓRIA NOS PENALTIS

No plano tático, o duelo entre Real e Bayern não trouxe nenhuma novidade. As duas equipes vieram postadas no mesmo 4-2-3-1, com as mesmas escalações da primeira partida, sendo Marcelo, pelo time da casa, a única novidade com relação à escalação inicial do jogo passado. Este foi o desenho tático do duelo:

O início de jogo do Real foi arrasador. Com apenas 15 minutos de partida, o jogo já estava 2 a 0 para o time de Mourinho, com dois gols de Cristiano Ronaldo. O Madrid rodava bem a bola e impunha seu jogo com autoridade, assustando o adversário e conseguindo chegar com perigo ao gol de Neuer. A vantagem adquirida no início da primeira etapa, muito se deu pela postura dos volantes, que saiam para o jogo, abrindo espaço na intermediária ofensiva da equipe espanhola.

Marcelo centralizava em cima de Luiz Gustavo, procurando abrir espaço para os avanços de Cristiano Ronaldo. Di María também procurava jogar em cima do inexperiente Alaba pelo setor direito, mostrando a evidente intenção do Real de agredir constantemente o adversário. Entretanto, após abrir a vantagem de dois gols, o Real Madrid passou a chamar o Bayern para seu campo de defesa, “oferecendo” a bola e almejando aniquilar o adversário no contra-ataque.

Aos 21 minutos da primeira etapa, o Bayern já dominava a partida e detinha 61% da posse de bola. Logo aos 25 minutos, um pênalti marcado a favor do time alemão, e convertido por Robben, mudaria toda a história da partida. Como alertado por PVC na transmissão da ESPN Brasil, o Real exagerou no chamamento do Bayer para seu campo de defesa.

Se valendo da estratégia adotada pelo time espanhol, que era o privilégio do contra-ataque, o time alemão adiantou sua equipe e veio para o jogo, tomando as rédeas da partida e a dominado até o final da primeira etapa. Estou convicto de que Mourinho errou. Não no aspecto tático, mas no que tange ao aspecto estratégico. Com 2x0 e jogando em casa, poderia ter dominado a partida e até ter decidido a parada no primeiro tempo.

Após o Madrid permitir a reação dos Bávaros, o jogo virou uma guerra equilibrada, e assim foi até a decisão por pênaltis. Mourinho trocou Di María por Kaká, centralizando o brasileiro e colocando Özil aberto pela meia direita. Porém, Kaká entrou mal e justificou a sua ausência nas últimas partidas do Real Madrid. Com muita luta e obediência tática o time alemão chega a mais uma decisão de Champions League.

Classifico como excelente a atuação de Heynckes, tanto na tática quanto na estratégia, nos dois jogos do duelo. Já Mourinho, em minha opinião, deixou a desejar nas duas partidas. A estratégia de buscar o contra-ataque chamando o adversário para o seu campo de defesa foi preponderante para a desclassificação do Real Madrid. Às vezes, a estratégia aplicada ao desenho tático vale muito mais do que este, sendo decisiva no resultado final da partida. Aguardo o comentário de vocês. Abraço!

                                                                          Victor Lamha de Oliveira