TUPI 2 x 1 AMÉRICA TO: GALO CARIJÓ VENCE E VOLTA AO G4 DO MINEIRO

24/03/2013 17:06

 

O Galo Carijó de Juiz de Fora, brigando para entrar no G4 do Campeonato Mineiro, enfrentou no Radialista Mário Helênio o América de Teófilo Otoni, lanterna da competição. Com vários desfalques no setor defensivo e sem Genalvo, o Tupi veio para a sétima rodada com a obrigação de vencer um adversário mais frágil em casa. Até o início da partida, o América do interior tinha o pior ataque da competição, com apenas três gols feitos.

Tentando se recuperar da derrota para o Nacional, ocorrida no último final de semana, Felipe Surian manteve o padrão tático e postou o Galo no costumeiro 4-2-3-1, que teve variações para o 4-2-2-2 e para o 4-1-4-1. Tais alternâncias demonstram que o comandante tem a equipe, em termos táticos, já obediente a um padrão, o que lhe permite alterações durante as partidas. A equipe do América espelhou o esquema e também venho desenhada no 4-2-3-1, mas com pouca movimentação e fechado na defesa:

 

Tupi e América TO no 4-2-3-1: Carijó foi afoito na busca pelo ataque. Além do quarteto de frente, os volantes, na busca pelo volume de jogo ofensivo, se lançavam ao ataque, mas de forma desordenada. Assim, a zaga ficava desprotegida e nada era acrescido no plano ofensivo. Com Alonso mais preso e Ryan subindo ao ataque, Paulinho tentou cair pela esquerda para equilibrar os setores, mas, jogando mal, pouco produziu. Já o América TO veio num 4-2-3-1 que tinha Edilson auxiliando os volantes e Daniel como um ponta pela esquerda, naquilo que André Rocha classifica como um “4-2-3-1 torto”.

 

 

Uma das dinâmicas tática do 4-2-3-1 de Surian: Vinícius recuando para auxiliar na armação de jogadas e Rafael Assis alinhado ao atacante. Nesse momento, Carijó tinha uma dinâmica mais próxima de um 4-2-2-2.

 

 

Outra dinâmica tática que tem se tornado comum no 4-2-3-1 de Surian, o que já denota a conquista de uma padronização: a formação de uma linha de meio e o desenho em campo de um 4-1-4-1, com um volante se alinhado a Paulinho e o outro ficando à frente da zaga.

 

 

Quarteto ofensivo do 4-2-3-1 do América de Teófilo Otoni no primeiro tempo.

 

 

Na movimentação de ataque do Tupi, por vezes Vinícius alternava com Paulinho e Rafael Assis com Wesley. A equipe de Juiz de Fora demonstrava vontade, os volantes tentavam juntos subir ao ataque, mas a desorganização impedia avanços mais concisos e eficazes. No primeiro tempo, o Tupi acabou sucumbindo à marcação do frágil adversário, sem finalizar, sem abafar, sem assustar o oponente. As poucas jogadas saíram pela direita, com as ultrapassagens de Ryan, mas de forma pouco objetiva.

Aos 10 minutos, o América, que só teve esse lance de perigo no primeiro tempo, bateu escanteio pela direita e, após falha de Tadeu, o camisa 10 Celinho cabeceou para o gol: 1 x 0 América e decepção total nas arquibancadas do Radialista Mário Helênio. Como bem observado por Ivan Costa, “com o meio de campo embolado e atordoado, o Carijó pouco produziu”, e acabou indo vaiado para os vestiários. Preocupado, o torcedor sabia que o Tupi precisava de muito mais para virar aquela partida.

Para mudar o cenário da primeira etapa, Felipe Surian agiu no intervalo e fez duas alterações: entraram Dieguinho e Cassiano e saíram Alonso e Maguinho. Formando um 4-3-3 de base alta, Surian buscava profundidade também pela esquerda e a velocidade de Cassiano, que sempre incendeia entrando na segunda etapa. Vinícius, mais uma vez, cresceu na partida jogando pelo centro e carregando de trás, assim como foi contra o Boa Esporte e contra o Nacional:

 

Tupi num ousado 4-3-3 e América encolhido num 4-5-1 com 10 homens atrás da linha bola. Treinador americano, após as alterações de Surian, colocou meias mais marcadores pelas beiradas da linha de meio, tentando cerrar ainda mais a marcação. Também trocou o meia central, que tentava acompanhar Vinícius. Saíram Mateus, Celinho e Edilson e entraram Felipe, Flávio Lopes e o experiente Clênio. Na segunda etapa, tivemos, praticamente, o famoso “ataque contra defesa”. O Tupi também teve outra alteração importante: aos 25’, saiu o apagado Paulinho e entrou o experiente Fábio, o que também contribuiu para a dinamização do meio campo alvinegro.

 

 

4-3-3 do Tupi: 3 atacantes à moda antiga (um centroavante e dois legítimos ponteiros), com Fábio na criação e Vinícius arquitetando de trás, como um segundo volante bem ofensivo. Com o avanço efetivo dos dois laterais, Galo Carijó conseguiu encurralar o adversário e virar a partida.

 

 

Mais importante do que a instauração do 4-3-3, foi a reorganização do meio de campo da equipe. O time estava acostumado com Genalvo (que fez muita falta) na proteção da zaga. No primeiro tempo, os volantes Maguinho e Maicon ficaram perdidos, não sendo determinado quem seria o primeiro e o segundo volante. Alternando na defesa e no ataque, às vezes subiam juntos, embolando o meio e ainda deixando a defesa desprotegida. Então Surian plantou Maicon, como faz com Genalvo e determinou Vinícius como um segundo volante bem ofensivo.

E o meia cresceu muito na posição. Aos 10’ fez um golaço e empatou a partida. Com inteligência, Vinícius recolheu na entrada da área e, com um toque sutil, colocou no ângulo esquerdo do arqueiro Rafael. Com a chuva forte que chegou na segunda etapa, aos 16’ Vinícius mandou outro balaço de fora da área. Rafael espalmou e o Galo ganhou escanteio. O próprio Vinícius bateu e Wesley quase marcou de cabeça.

O Tupi poderia ter virado aos 18’, mas o árbitro ignorou um pênalti claro em Cassiano, que pelo teatro excessivo, ainda acabou levando um cartão amarelo por simulação. Mais do mesmo em dois aspectos: as arbitragens mineiras sempre prejudicando o Tupi e Cassiano com seus mergulhos estapafúrdios, levando Ivan Costa a compará-lo com Neymar, logicamente, somente no plano das encenações.

Aos 34’, o Galo foi premiado pela ofensividade e ousadia e conseguiu virar a partida. Vinícius mandou outra bomba de fora da área que estourou no travessão. Na sobra, Rafael Assis pegou pela ponta esquerda, costurou o zagueiro e colocou na cabeça de Wesley, que, impiedosamente, estufou a rede do América. Aos 36’, o zagueiro Araújo machucou e, como o time de Teófilo Otoni já havia feito as três alterações, a equipe acabou ficando com apenas dez jogadores por quase dez minutos, momento em que o Tupi se deu ao luxo de perder pelo menos uns três gols feitos.

Antes que alguém possa interpretar de forma errada, quero deixar claro que não estou endeusando um time que venceu o lanterna da competição com uma vitória magra, sendo o América TO uma equipe muito fraca tecnicamente. Entretanto, gosto muito do que tem feito Surian, que montou uma equipe aos 45 da segunda etapa, com jogadores jovens e desconhecidos, o que causava grande desconfiança na torcida.

O grande temor do torcedor Carijó era enfrentar um segundo rebaixamento seguido, sendo o escopo principal evitar a queda para o Módulo 2 do Mineiro. E hoje o Tupi tem um padrão tático, um primeiro volante determinado, um ponta direito definido, um atacante que se encaixou perfeitamente no esquema e um meio de campo que vem se adequando a cada partida. Gosto também dessa capacidade tática do Surian de mudar o time durante as partidas e nos momentos de sufoco.

É injusto cobrar do Tupi, com o pouco investimento que tem, que jogue como Barcelona ou Real Madrid. Para a realidade Carijó e pelos problemas vividos no ano passado, se livrar do rebaixamento na sétima rodada a habitar o G4 é muito mais do que era esperado. A equipe ainda precisa de ajustes e continua caminhando rumo à classificação. O próximo duelo é contra o Atlético MG em Belo Horizonte. Ah, já ia me esquecendo: Surian, volta com o Jordan para o gol. Futebol é mérito e ele é visivelmente melhor que o Tadeu, que já falhou em duas partidas seguidas. Abraço!

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

Tópico: TUPI 2 x 1 AMÉRICA TO: GALO CARIJÓ VENCE E VOLTA AO G4 DO MINEIRO

Agradecimentos

Victor Lamha de Oliveira | 01/04/2013

Gostaria de agradecer aos amigos Cebolinha, Bruno Kaehler e Renato Berg pela participação! Obrigado a todos! É um prazer recebê-los aqui no Painel! Creio que temos time para classificar entre os quatro e, quem sabe, beliscar uma vaga histórica na final. Parabéns a todos pelos excelentes comentários! Abraço! Voltem sempre!

comentários

Renato Berg | 25/03/2013

Vitor, parabéns pela brilhante análise do jogo,quanto as substituições na equipe mantenho a minha opinião: o Jordan vejo um goleiro mais inteiro(experiente)gostaria que fosse titular e o paulinho não está dando aquela ligação rápida como precisa(demora demais)onde atrapalha a equipe nos contra ataques ., no 2 tp. melhorou com as mudanças, mas não podemos dar mole em casa e ficar passando sufoco correndo atrás,mas o importante foi feito somar 3 pontos.

Atuação do Tupi

Bruno Kaehler | 25/03/2013

Na primeira etapa ficou realmente visível a importância de um volante à frente dos zagueiros, como o Genalvo tem feito. Ele não só dá consistência à zaga, como tem liderança e organiza o meio campo. No segundo tempo o time produziu o que a torcida esperava, com partida firme de Maicon protegendo a defesa e os tradicionais pontas abrindo o meio campo adversário, dando espaço ao melhor em campo, Vinícius, na minha opinião. Agora é ir pra cima do Galo da capital, um ponto é vítória!
Abraço Victor, ótima análise!

Tupi 2 x 1 América-TO

Cebolinha.Fla.Tupi.JF | 24/03/2013

O tupi jogou muito bem no 2°tempo conseguiu sua permanência na 1°divisão do Mineiro mais tenho certeza que que vamos chegar naqs finais do Estadual desde ano e para melhorar sua posição na tabela tenho certeza que vamos vencer o Atlético por 1 x 0.
Um Abraço!

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