BRASIL 0 x 2 MÉXICO: LINHAS DE QUATRO EMBARGAM JOGO BRASILEIRO

03/06/2012 19:48

 

Após vencer Dinamarca e Estados Unidos, jogando bem e de forma segura, a Seleção Brasileira ficou encaixotada em duas linhas compactas de marcação e perdeu para o México, time que evolui taticamente a cada ano que passa. Podemos dizer que a obediência tática dos jogadores mexicanos foi um dos fatores que levaram o time de José Manuel de la Torre à vitória. Mano Menezes repetiu a escalação e o desenho tático da última partida, trazendo o Brasil, como de costume, no 4-2-3-1. Já o treinador do México trouxe sua equipe postada num 4-4-1-1, com duas linhas de quatro bem sólidas na marcação. Esse foi o desenho tático do duelo:

 

 

O Brasil começou dominando a partida, propondo o jogo e buscando ficar com a bola. Já o México iniciou fechado atrás, aguardando a oportunidade do contra-atraque. Entretanto, aos poucos a seleção mexicana foi adiantando sua marcação, afastando o Brasil do seu campo defensivo, mesma atitude que o time canarinho teve nos amistosos anteriores e que faltou hoje. Nossa Seleção centralizou muito e abandonou o jogo pela direita, tornando óbvia sua predileção pelo flanco esquerdo.

Enquanto Mano Menezes pedia movimentação na beira de campo, aos 30 minutos da etapa inicial, Juan fazia pênalti infantil. Com frieza e qualidade Chicharito ampliou a vantagem mexicana. A marcação brasileira não foi eficiente e faltou participação dos volantes no primeiro tempo. Também achei interessante a opção do treinador mexicano de colocar Giovanni dos Santos jogando em cima de Danilo. Isso fez com que o Brasil não jogasse pelo lado direito, tornando mais fácil a marcação pela esquerda, nascedouro da maioria das jogadas brasileiras.

No segundo tempo Mano até tentou, tornando sua equipe bem mais ofensiva. Aos 15 minutos retirou Damião (novamente apagado) e Sandro, colocando Pato e Lucas, empurrando, assim, o Brasil para o ataque num desesperado 4-1-2-3. O pouquíssimo espaço entre as linhas de marcação dos mexicanos dificultou o trabalho de bola da Seleção Brasileira, o que a fez perder volume de jogo ofensivo. O México fez com o Brasil a mesma coisa que o Chelsea fez com o Bayer na final da Champions: encaixotou o 4-2-3-1 brasileiro nas duas linhas de quatro compactadas e dedicadas à marcação. Após o êxito da postura do Chelsea, que conquistou a Champions League jogando desta forma, as duas linhas de quatro compactadas tem se tornado espécie de “contra-ataque tático padrão” contra equipes que jogam no 4-2-3-1 ou no 4-3-3 e possuem times superiores tecnicamente.

O que realmente preocupa é a atual fase de Pato e Damião com a camisa amarela. O jogador do Internacional novamente esteve sumido e inoperante em campo, frustrando as expectativas da torcida brasileira. Já Pato, após entrar bem contra os Estados Unidos, voltou a perder gol feito e não produziu nada no ataque da equipe, além de todas as dúvidas quanto a suas condições físicas. Esse é um grande pepino para Mano resolver. Sobre Hulk, pela décima vez vou repetir: não tem calibre de amarelinha! Não adianta insistir! Pode ir jogar no Chelsea, no Real Madrid ou no Barcelona. Nada é maior no futebol do que a Seleção Brasileira, e nessa, ele não tem lugar.

Acho que Oscar e Neymar tentaram, lutaram, e não foram decepções na partida. Como dito, a marcação mexicana encaixou o jogo do Brasil e dificultou a criação das jogadas. Rômulo foi quem se destacou menos, mas vale lembrar que o atleta ficou muito preso na marcação. Para o jogo contra a Argentina, Mano tem três deveres primordiais: procurar uma solução para a camisa 9 (já que ele insiste no Hulk, pode testá-lo jogando de centroavante), armar uma tática que saiba penetrar em duas linhas de quatro compactadas (Argentina, provavelmente, jogará no mesmo 4-4-1-1 mexicano) e equilibrar a equipe, tirando a obsessão e a necessidade de atacar pelo lado esquerdo. Abraço!

 

                                                                               

 

 

 

Victor Lamha de Oliveira

 

 

Tópico: BRASIL 0 x 2 MÉXICO: LINHAS DE QUATRO EMBARGAM JOGO BRASILEIRO

Re:Re:Re:Brasil só pela esquerda

Victor Lamha de Oliveira | 05/06/2012

Também acho que Dedé e David Luiz possuem mesmo nível técnico. A diferença está na experiência em jogar partidas internacionais de peso, fator que coloca o David numa situação melhor que a do Dedé, sem contar que o David vem sendo convocado com constância na Era Mano. Na lateral eu testaria o garoto Rafael, do Manchester. O Danilo está perdido, em três jogos não compareceu...não marca e não avança! É clássico mas estou apostando na Argentina. Além do time superior, ainda tem Messi. Precisa de mais? Rs! Abraço

Re:Re:Re:Re:Brasil só pela esquerda

Maurício | 05/06/2012

Poiis eh, David tem mais experiência Internacional neh! Rafael acho um bom lateral da pra testar, acho melhor que o Danilo. Sim, hehehehehe.. Um time que tem Messi acho que sempre será favorito (No momento).. heheh

Seleção q me enganou!!

Danilo Costa | 04/06/2012

Fala Victor... excelente análise, mais uma vez!!
Pouco a acrescentar... essa preferencia pelo lado esquerdo, sempre procurando o Neymar e Marcelo já havia observado no jogo dos EUA... Hulk pode jogar de centro avante, não é a dele, mas ele pode quebrar o galho se houver bastante movimentação dos atacantes. Deu certo jogando com James Rodrigues e Varela no porto nesse final do ano, acho q Neymar e Lucas são melhores q eles... um teste não custa nada...

Danilo mais uma vez decepção, nem pra honrar o belo nome!! auhauhauhauha

Neymar tem talento pra superar a marcação, tem q ficar mais calmo... tb já havia falado q com times mais compactos ele se perde!!

Obs.: Que fritada do flamengo no R10 em... Sugestão de leitura: https://espn.estadao.com.br/luciodecastro/post/260204_CONHECA+OS+BASTIDORES+DA+CRISE+OS+MAIORES+DESCOMPROMISSADOS+AINDA+ESTAO+NO+FLA
Abraço

Re:Seleção q me enganou!!

Victor Lamha de Oliveira | 05/06/2012

Fala Danilão, tudo bom? Obrigado pelo elogio! É sempre uma satisfação recebê-lo no Painel! Sobre o Neymar, acho que falta um pouco de calma do atleta e um pouco de inteligência do treinador que lhe passa as instruções. Sabella conseguiu fazer o Messi jogar com a camisa da Argentina, simplesmente porque entendeu algo que Guardiola já havia sacado. O negócio não é abrir espaço para Messi jogar, ele não precisa de muito. A estratégia certa é entregar a Messi a função de abrir o espaço, vindo de trás como um "destruidor de defesas", montando a equipe nessa perspectiva, para que esta aproveite o talento do melhor jogador do mundo, assim como faz o Barcelona. Acho que Mano deve fazer o mesmo, respeitando as características de Neymar e montando um esquema que lhe entregue a bola em boas condições de jogo, que tenha um volume de jogo ofensivo maior. Abraço!

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